Quando se começa uma tarefa tem de se continuar, certo? Por isso me matriculei no 2º ano do curso de desenho da SNBA e por isso também continuo a publicar aqui um post a propósito no final de cada trimestre.
O que me dá um certo gozo, confesso, é rebuscar os posts com a etiqueta SNBA, sobretudo o primeiro, e ver os progressos. Não é que as aulas funcionam? Uma pessoa como eu, desprovida de um talento inato, mas com gosto pelo desenho e um jeito perfeitamente mediano, aprende realmente técnicas e abordagens que a fazem melhorar. Pelo menos é o que eu sinto.
Neste primeiro trimestre fizeram-se muitas revisões da matéria dada, sobretudo a nível de estudos prolongados e modelação de luz e sombra. Não vou pôr aqui esses trabalhos, pois seria mais do mesmo. O que há de novo são os materiais e a introdução da cor. Passámos todo o primeiro ano sem sair do preto, da grafite, do lápis de cera e da tinta-da-china com aparo. Neste primeiro trimestre, em que continuamos sempre a fazer o aquecimento com o desenho de movimento, largamos a grafite e pegamos nos pinceis.
Os primeiros trabalhos são com aguadas de tinta preta. O objectivo é sempre o mesmo. Com o modelo sempre em movimento, fixamos uma pose e desenhamo-la rapidamente, com uma aguada mais líquida e outra mais espessa. Assim:
Aí à terceira ou quarta sessão, o mundo deixa finalmente se ser a preto e branco!
Devemos usar duas cores com médios à escolha (eu usei pastéis de óleo) e de novo as pinceladas com as duas aguadas.
O que me dá um certo gozo, confesso, é rebuscar os posts com a etiqueta SNBA, sobretudo o primeiro, e ver os progressos. Não é que as aulas funcionam? Uma pessoa como eu, desprovida de um talento inato, mas com gosto pelo desenho e um jeito perfeitamente mediano, aprende realmente técnicas e abordagens que a fazem melhorar. Pelo menos é o que eu sinto.
Neste primeiro trimestre fizeram-se muitas revisões da matéria dada, sobretudo a nível de estudos prolongados e modelação de luz e sombra. Não vou pôr aqui esses trabalhos, pois seria mais do mesmo. O que há de novo são os materiais e a introdução da cor. Passámos todo o primeiro ano sem sair do preto, da grafite, do lápis de cera e da tinta-da-china com aparo. Neste primeiro trimestre, em que continuamos sempre a fazer o aquecimento com o desenho de movimento, largamos a grafite e pegamos nos pinceis.
Os primeiros trabalhos são com aguadas de tinta preta. O objectivo é sempre o mesmo. Com o modelo sempre em movimento, fixamos uma pose e desenhamo-la rapidamente, com uma aguada mais líquida e outra mais espessa. Assim:
Aí à terceira ou quarta sessão, o mundo deixa finalmente se ser a preto e branco!
Devemos usar duas cores com médios à escolha (eu usei pastéis de óleo) e de novo as pinceladas com as duas aguadas.
O médio não deve abandonar o papel, a base do desenho continua a ser a linha com movimento leve e rápido, mais fina, mais grossa, mais forte, mais suave. As várias cores e aguadas não se devem repetir, mas completar-se, enriquecendo o desenho.
7 comentários:
Li atentamente (devorei) as tuas explicações, com aquela admiração que se tem por aptidões que em nós primam pela ausência.
Não tenho para com a pintura, é certo, a mesma sensibilidade que para com a música ou a escrita - só muito dificilmente um quadro me conseguirá fazer chorar. Como tal, acabo por ser bastante pacóvia e vou dizer uma cavalidade monstra: os teus esboços são-me infinitamente mais cativantes ao olhar do que as produções acabadas de muitos pinta-monos que por aí pululam... A grande diferença é que tu estás a aprender e contas-nos das dificuldades. Os tais... nem se dão, na maior parte das vezes, a esse trabalho. Atiram com as cores para uma tela, saem uns borrões indecifráveis e põem-se títulos pomposos, género Angústia ou Dualidades do Ser... E aquela gentinha que eu vejo nas estreias de S. Carlos, que não distingue Strauss de Verdi e que me diverte imenso no intervalo com os comentários que oiço de passagem, não querendo passar por inculta, vê logo aquilo que não está lá só porque o espertalhaço lhe deu um título pretensioso (les beaux esprits se rencontrent...) e tece comentários profundos sobre a expressividade do traço e o dramatismo da cor...
Reza a lenda que Pavarotti só cantou, durante um ano inteiro, vogais... É ouvir o resultado, a limpidez do canto... não falhas uma sílaba, tudo o que lhe sai da garganta está perfeitamente claro... É que teve a grande humildade de aprender.
Continua!
Fazes-me lembrar a primeira e única vez que visitei os Ufizzi em Florença. Tinha 18 anos e acabara de me separar das minhas amigas no fim de um inter-rail. A vantagem de visitarmos sítios desses sem companhia é que podemos sentar-nos em frente de O Nascimento de Vénus e de A primavera do Botticelli, e ficar por lá umas horas, observando todos os pormenores e a harmonia do conjunto até as lágrimas nos virem aos olhos. Para mim, não há beleza e candura femininas mais bonitas que nestes quadros de Botticelli.
Quanto aos meus rabiscos, exageras, obviamente, mas é simpático!
Bravo, Tcl! Eu acho que tens mesmo talento. Eu também fiz um curso de pintura, há anos, mas nunca produzi nada que se aproveitasse, embora saísse tudo muito "perfeitinho". O que só prova que a técnica não é tudo, embora seja importante. Se não há talento, nada feito...
Gosto imenso dos teus esboços.
E lembraste-me uma cena quase igual, que se passou comigo nos Ufizzi: também fiquei sozinha naquele deslumbramento, e também fui direitinha aos quadros de... Botticelli! Exactamente como tu, acho que nunca ninguém pintou a beleza e a delicadeza femininas como ele. Tem graça, a coincidência de gostos.
Beijo
Amanhã vou-te pedir um autógrafo! Assim, quando fores famosa eu fico rica!
Parabéns, Bjs
Meninas, vocês são umas queridas... já gastei um pacote de lenços a limpar a baba que me escorre pelo queixo. Mas francamente... tenham juízo. Ok, os esboços não estão horríveis, se não também não os teria aqui posto. Digamos que cumprem medianamente o objectivo proposto. E em jeito de aparte, escolhi estes 5 de entre uns 30 feitos no início de duas aulas (temos 1 ou 2 minutos para cada um), por isso, imaginem o resto...
Comento o teu comentário (pode ser?). O que descreves do Uffizi... Também aconteceu comigo algo semelhante: sozinha, a percorrer as salas com calma, emocionar-me em frente ao Botticelli (entre outros, muitas lágrimas me rolaram pela cara abaixo), sentindo-me imensamente grata e previlegiada. Tenho de lá voltar!
Ah, e parabéns pelos teus progressos!
UAU... adoro isto! Ficavam bem lá mnha casa...
Adorava ter talento e paciência, mas não passo além da linha torta... também nunca me esforcei muito, deixo para quem sabe e tu sabes! beijinhos
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