janeiro 22, 2008

dias para esquecer...



Eu não acredito em premonições mas, quando logo de manhã entorno o galão do pequeno almoço na mesa do café, sujando 2 metros quadrados de chão e só um pingo na ponta das calças e a seguir, já na rua, um pombo esvazia os intestinos de um beiral mesmo quando vou a passar e aquilo cai a dois cm do meu ombro, é lógico pensar que algo mais vai acontecer de que não vou escapar...

Saí do café. Como sempre, o cão tinha desaparecido. Fui à procura dele ao relvado de que ele gosta (foi quando quase levei com a caca do pombo) e nada de cão.

Chego a casa e dizem-me os homens das eternas obras no prédio: o seu cão já chegou, pusemo-lo em casa, mas vinha um bocado sujo de porcaria...

Sujo? De porcaria? Lá em cima o cão, que em 5 anos nunca fez isto, a olhar para mim tristíssimo e com o pelo cheio de merda por todo o lado. Banho ao cão. Finalmente saio de casa com 3/4 de hora de atraso.

Finanças. Sou o nº 42 e o quadro luminoso diz 29. Espero 40 minutos. O quadro luminoso continua a dizer 29. Desisto. Encontro-me com um amigo que trabalha ali perto para almoçar.

15 horas - tribunal de trabalho de Lisboa. A funcionária doméstica que tive durante 7anos até Julho passado fez queixa de mim, alegando despedimento verbal sem justa causa.

Não vale a pena estar com muitos pormenores, mas a coisa resume-se assim: no fim das minhas férias, num desentendimento ao telefone, a senhora foi tão mal-educada que eu a pus à vontade para procurar outra casa. Perguntou-me se eu a estava a despedir, ao que eu respondi que obviamente que não, mas apenas a dar-lhe abertura para sair caso não se sentisse bem. Desligámos dizendo, até sexta-feira, depois falamos com mais calma. Nunca mais lhe pus a vista em cima. Mandou-me uma carta a pedir que eu lhe fizesse as contas. Eu paguei-lhe férias, subsídio de férias, de natal e férias de 2008, mais do que todos os advogados meus amigos me disseram para pagar.

No tribunal, numa coisa chamada tentativa de conciliação, fiquei a saber que queria que eu lhe pagasse uma indemnização por despedimento e mais uma série de coisas que nem vale a pena estar aqui a referir. A moderadora, alegando que estas coisas, se vão para contencioso, nunca mais se resolvem, que são despesas e desgastes para os dois lados, propôs que eu lhe pagasse metade da indemnização a que ela teria direito se eu a tivesse efectivamente despedido, dividindo assim a coisa a meias. Eu pensei em todas as chatices que iria ter se quisesse provar a minha razão e resolvi comprar o meu descanso por 530 euros. A outra, talvez sabendo que nunca iria ganhar este processo, aceitou.

Quase a chegar a casa, telefona-me o tipo que me costuma alugar a casa de Verão na ilha, a pedir muitas desculpas, mas que se tinha enganado e que afinal das minhas 3 semanas habituais, já só tinha uma livre...

...da-se... há dias em que o melhor é mesmo não sair de baixo dos lençóis. Salvou-se o almoço...

8 comentários:

Anónimo disse...

Publicada as 18h53... Estamos a espera de mais desgraças para a noite.

Anónimo disse...

TCL,
Espero que as tuas 4 horas desde então tenham compensado o resto do dia.

tcl disse...

compensaram pois! ensaio do coro. é sempre bom :-)

José Pedro Viegas disse...

Que a noite n tenha sido má, ou desafinaste ?

JP

tcl disse...

eu TENTO não desafinar... nem sempre consigo. então com esta constipação e os agudos que uma das músicas que estamos a ensaiar exigem aos contraltos, saí de lá rouca :-(

Gonçalves disse...

Cão: acontece, de vez emquando dão um nó na tola e fazem coisas dessas.
Pombos: muito provável de acontecer, são seres "superiores", estão num nível acima do nosso e qualquer dia isto é tudo deles.
Ex-empregada: desculpa mas foste assim um bocadinho a modos que pacífica, eu dava-lhe era o caraças. Cá passou-se o mesmo, virou as costas á minha senhora e deixou de aparecer. Só lhe telefonamos uma vez a dizer que tinha que assinar o recibo de vencimento quando este chegou a zero na parte do "líquido a receber". Amor com amor se paga. Em dez anos de patronato foi a primeira que alguém saíu só porque não gostou de ser chamada à atenção por fazer coisas que não lhe competiam, coitadinha. Mas que foste totó, lá isso "fostes".
Hoje já é outro dia.

tcl disse...

eu sou totó e pacífica também. comprei literalmente o meu descanso e encerrei o assunto, não tenho paciência para guerras, nem tribunais, mas não saí de lá sem, quando a advogada referiu que o pagamento era a título compensatório, eu ter dito que era mais a título de presente...

ao jantar ainda entornei a sopa no chão...

Sofia K. disse...

Bem, deve estar na moda esse tipo de azares... eu acabei de entornar um balde de água já suja sobre o cesto da roupa acabadINHA de sair da máquina de lavar... enfim, é melhor já não sair de casa hoje!!!

beijinhos