Há muito que tinha este desejo de ir a um hammam público, genuíno. Quase todos os bons hoteis e riads de Marrocos têm um hammam mais ou menos luxuoso, mas são instalações para turistas onde se pode chegar a pagar 100€ para entrar e mais 150€ por uma esfoliação completa e massagem. Não era nada disto que eu queria e, como não me dei mal nas experiências semelhantes que tive na China, na Coreia, no Vietnam e na Índia, resolvi ir ao hammam público do bairro, que funciona de manhã e à noite para homens e à tarde para mulheres, depois de perguntar a várias pessoas das imediações se o sítio era limpo.
Entrei no velho edifício de ar rústico por uma porta larga atrás de um guarda-vento que dava directamente para a rua e deparei-me com um largo corredor ao fundo do qual estavam sentadas no chão 3 mulheres de meia idade, cosendo. Junto a elas umas prateleiras com sacos, roupa e sapatos, por trás um compartimento com baldes grandes e outros mais pequenos lá dentro. Perguntei como era. 10 dr para entrar (1€), mais 60 dr se quisesse que uma delas se ocupasse de mim. Optei por comprar o serviço completo. Despi-me ali mesmo, enrolei-me na toalha que tinha trazido do hotel, calcei os chinelos que me deram, peguei na luva de esfoliação que tinha comprado e preparei-me para seguir a velha. Esta, despiu-se conservando as cuecas, deu-me a mão e levou-me pela escuridão húmida do hammam. Atravessámos o tepidário e entrámos na sala mais quente. Este hammam não tinha cubas com água. Apenas uma sala de chão de mármore, com uma enorme cúpula por onde entravam, discretos, os raios de luz do fim do dia. Por entre o vapor distingui vultos de mulheres sentadas no chão que se esfregavam energicamente a si próprias ou umas às outras.
A minha velha mandou-me sentar no chão depois de despejar um balde de água limpa no sítio indicado, encheu de novo o balde e verteu-mo por cima. Depois deu-me um pouco de sabão negro próprio para esfoliação que cheirava imenso a azeite e disse-me para ensaboar bem o corpo à frente enquanto ela fazia o mesmo nas costas. Depois de bem ensaboada mandou-me deitar no chão, pediu-me a minha luva, experimentou-a, disse que não prestava e optou pela sua. Era muito mais áspera, um verdadeiro scotch-brite. Durante quase uma hora, raspou-me o corpo todo, comigo de barriga para cima, de barriga para baixo, de perna para cima, de perna para baixo, ao mesmo tempo que ia deitando mais água e pondo mais sabões e cremes. Aos poucos fui relaxando e acabei por me abandonar completamente às mãos da velha, deitada no mármore quente daquela sala cheia de vapor. Ao lado as outras mulheres conversavam e riam. A velha lavou-me os cabelos, escovou-me a cabeça com vigor, fez-me uma massagem e passou-me por água.
No final foi buscar a minha toalha, deu-me de novo a mão e conduziu-me pela penumbra até onde tinha deixado as minhas roupas. Sequei-me, senti a minha pele macia como a de um bebé, vesti-me, comprei um lenço para cobrir a cabeça molhada e saí para o crepúsculo da rua. Saltitei até ao hotel. À noite, dormi como um anjo.
Entrei no velho edifício de ar rústico por uma porta larga atrás de um guarda-vento que dava directamente para a rua e deparei-me com um largo corredor ao fundo do qual estavam sentadas no chão 3 mulheres de meia idade, cosendo. Junto a elas umas prateleiras com sacos, roupa e sapatos, por trás um compartimento com baldes grandes e outros mais pequenos lá dentro. Perguntei como era. 10 dr para entrar (1€), mais 60 dr se quisesse que uma delas se ocupasse de mim. Optei por comprar o serviço completo. Despi-me ali mesmo, enrolei-me na toalha que tinha trazido do hotel, calcei os chinelos que me deram, peguei na luva de esfoliação que tinha comprado e preparei-me para seguir a velha. Esta, despiu-se conservando as cuecas, deu-me a mão e levou-me pela escuridão húmida do hammam. Atravessámos o tepidário e entrámos na sala mais quente. Este hammam não tinha cubas com água. Apenas uma sala de chão de mármore, com uma enorme cúpula por onde entravam, discretos, os raios de luz do fim do dia. Por entre o vapor distingui vultos de mulheres sentadas no chão que se esfregavam energicamente a si próprias ou umas às outras.
A minha velha mandou-me sentar no chão depois de despejar um balde de água limpa no sítio indicado, encheu de novo o balde e verteu-mo por cima. Depois deu-me um pouco de sabão negro próprio para esfoliação que cheirava imenso a azeite e disse-me para ensaboar bem o corpo à frente enquanto ela fazia o mesmo nas costas. Depois de bem ensaboada mandou-me deitar no chão, pediu-me a minha luva, experimentou-a, disse que não prestava e optou pela sua. Era muito mais áspera, um verdadeiro scotch-brite. Durante quase uma hora, raspou-me o corpo todo, comigo de barriga para cima, de barriga para baixo, de perna para cima, de perna para baixo, ao mesmo tempo que ia deitando mais água e pondo mais sabões e cremes. Aos poucos fui relaxando e acabei por me abandonar completamente às mãos da velha, deitada no mármore quente daquela sala cheia de vapor. Ao lado as outras mulheres conversavam e riam. A velha lavou-me os cabelos, escovou-me a cabeça com vigor, fez-me uma massagem e passou-me por água.
No final foi buscar a minha toalha, deu-me de novo a mão e conduziu-me pela penumbra até onde tinha deixado as minhas roupas. Sequei-me, senti a minha pele macia como a de um bebé, vesti-me, comprei um lenço para cobrir a cabeça molhada e saí para o crepúsculo da rua. Saltitei até ao hotel. À noite, dormi como um anjo.
3 comentários:
Fantástica experiência!
Fiz a mesmíssima experiência em Istambul: recusei o hammam do hotel e fui a um desses, públicos, para ver como era. E era assim mais ou menos o Inatel da Costa da Caparica, em pior. Mas tive a melhor massagem de óleo quente que alguma vez me fizeram, sobre uma mesa enorme de mármore aquecida, numa nuvem de vapor quente onde outras mulheres eram ensaboadas e esfregadas como tu foste. Eu fiquei-me pelo óleo (não me apeteceu a esfoliação), e no fim passaram-me por água e enrolaram-me num pano de cozinha aos quadrados encarnados e brancos (enfim, quase cinzentos, de tão velho que era o pano). Um chazinho de maçã para acabar e...rua. Adorei.
Pois. Eu não resisto a estas coisas. Cada vez que saio do mundo dito ocidental não resisto a enfiar-me num sítio deste género. Foi assim que me apanhei com um amigo em Hanoi num estabelecimento de massagens que depois percebi que era "sobretudo" para homens quando me deram umas boxers com abertura à frente para usar depois do duche antes da massagem. acabei com uma menina a caminhar descalça sobre as minhas costas. adorei.
Enviar um comentário