pura. inveja mesmo. de estar assim como tu, adormecido ao sol no aconchego dos edredons. sem nada que te mace, que te apoquente, que te entristeça. apenas gozando a carícia do sol e esperando a certeza de um afago. dedos por entre o pelo e tu a descontraires, a relaxares. certezas na vida de um gato. inveja.
janeiro 20, 2008
inveja
pura. inveja mesmo. de estar assim como tu, adormecido ao sol no aconchego dos edredons. sem nada que te mace, que te apoquente, que te entristeça. apenas gozando a carícia do sol e esperando a certeza de um afago. dedos por entre o pelo e tu a descontraires, a relaxares. certezas na vida de um gato. inveja.
Publicada por tcl à(s) 17:00 Etiquetas: feelings, os meus bichos
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7 comentários:
Como te percebo!... E como Ele já soube dizer isso bem...
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
(Fernando Pessoa)
minha querida
obrigada por me relembrares este poema esquecido nos fundos da memória. vês, eu e o Fernando pensamos o mesmo dos gatos. quem me dera a mim ter sabido dizê-lo como ele...
Das coisas de que mais me orgulho na vida: um 18 dado pelo GRANDE Vergílio Ferreira num ponto que era apenas este poema e uma instrução severa: "Interprete."
Mestre, querido Mestre!... que saudades!
Inveja, outra vez... desta vez de ti por teres tido o Vergílio como professor... Eu tive uma óptima professora de português entre o 3º e o 5º anos. Depois, no complementar, uns grunhos. Lembro-me de uma guerra que tive com a grunha do 7º ano precisamente à volta de Pessoa e de O Poeta é um Fingidor. Ela achava que ele fingia ter uma dor que não tinha. Eu achava que ele fazia da dor que deveras sentia, uma dor fingida e assim a sublimava. Levei rótulo de estúpida e complicada. Nunca chegámos a acordo e no fim do período presenteou-me com um miserável 14.
A mulher era perdida de parva e ponto final.
E chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Hello? Estes versos faltavam-lhe nas fotocópias?
Tu sabes e eu sei. A tua nota teria sido outra com ele, ou talvez até tivesse sido a mesma, que ele era de um rigor que assustava. Mas terias aceitado e considerado justo, porque lhe reconhecias autoridade para julgar.
Quando me deu aquele 18 chamou-me à parte no fim da aula e fez-me muitas perguntas. Fiquei logo com a sensação de que não era lá muito bom para a minha felicidade pessoal perceber Fernando Pessoa tão intuitivamente, coisa que a vida viria a confirmar...
pois... há poemas que podem ter interpretações complicadas, mas este para mim era óbvio. Ainda argumentei com a subjectividade na literatura. Nunca saí da minha (eu era (sou) uma miúda obstinada e teimosa como uma mula) e acabei por lhe dizer que achava que ela deveria era ter sido professora de matemática. Ela acabou por confessar que era disso que gostava mas os pais tinham achado que uma menina devia ir para letras. Tájaver...
Quem me dera ser gato, lol. Esta entrada lembrou-me um poema que publiquei no meu ninhoaqui há tempos. Gostei deste blogue, prometo voltar e vou adicionar link no meu. Até breve!
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