A minha dona por uns dias tem-se esforçado por tratar bem de mim. Tenho a sensação de que ela não percebe nada do que lhe digo, o que é esquisito, já que eu a percebo muito bem embora às vezes me faça de desentendida. Pois uma destas noites quando cheguei ao pé dela e lhe disse: quero fazer cocó, levas-me à rua?, ela, em vez de sair comigo outra vez, foi-me dar água e comida. Eu ainda disse: não tenho fome nem sede, só queria fazer cocó, ao que ela desata a fazer-me festas na barriga. Bem sei que tínhamos acabado de sair e não me tinha dado vontade, mas fui bem explícita. Como não havia meio de ela sair comigo e eu estava mesmo aflitinha, acabei por me aliviar na sala. Então não é que a tipa se fartou de ralhar comigo? Não é justo...
Ontem, porém, foi uma querida. Levou-me a casa de uns amigos dela que têm um grande jardim e uma piscina. Estava lá um rapaz bem simpático, o Pipo, uns anos mais velho que eu, mas enturmámos bem. Ele estava um bocado triste porque lhe morreu o irmão gémeo há pouco tempo por isso eu esforcei-me por animá-lo e brincar com ele. Lá andámos a rebolar na relva onde fizemos um belo buraco, trocámos pulgas, mordiscámo-nos nas orelhas e abanámos os rabos. O pior foi não nos terem deixado ir para a piscina... Eu bem pedi, pois estava cheínha de calor e a apetecer-me imenso uma banhoca, mas lá está o tal problema de comunicação... ninguém me ligou nenhuma. Nem me deixaram passar para lá do portãozinho que dá acesso à zona da piscina.
Como entretanto o Pipo já estava cansado e não lhe apetecia brincar mais, eu tratei de ir explorar o sítio. Embrenhei-me lá por trás duns arbustos e nisto comecei a sentir um cheirinho mesmo bom. Eh pá! que será isto? Como não estava ninguém por ali, resolvi ir ver do que se tratava e sabem o que encontrei? Pois nada mais nada menos que um belo rato, já bem morto pois tinha umas partes meio secas e umas minhoquinhas a sairem da carne. Mas cheirava bem como eu sei lá! Nunca tinha cheirado nada assim. Uma maravilha! Peguei nele e fui-me pôr na relva, mesmo ao pé do terraço onde a minha dona por uns dias havia de ir jantar. Brinquei imenso com o ratinho, mordisquei-o, estive a ver o que faziam as minhoquinhas (estavam a comê-lo as marotas) e depois, para guardar bem aquele cheirinho rebolei-me toda por cima do bicho. Eta, que coisa boa! Nunca me tinha divertido tanto!
Estava eu toda contente, quando as pessoas começaram a vir para o jantar. A primeira a chegar foi a minha dona por uns dias, que andava à minha procura. Apareceu de nariz torcido, a dizer que o jardim naquele sítio fedia, a perguntar a si mesma se teriam andado a pôr ferthumus na relva (sim, porque eu até os pensamentos lhe leio), que assim não se podia jantar ali. De repente viu-me e disse: mas que andaste tu a fazer? Estás toda suja! Parece sangue... andaste à bulha com o Pipo? Mas que cheiro horrível... Foi nesta altura que ela viu o meu ratinho... Bom, nem sei que vos diga... a partir daqui foi um inferno. A minha dona por uns dias aos gritos a chamar a amiga com um ar todo enojado, os outros todos a aparecerem numa grande algazarra, com panos a tapar os narizes, a perguntarem mas que cheiro fétido é este? e eu sem perceber nada.
Nisto, ela agarra em mim pela coleira, puxa-me para um canto e toca a regar-me com uma mangueira de água gelada. Então, então... agora não! agora está frio! eu queria era a piscina... e ela sem ligar nenhuma, a pôr-me sabão, a esfregar-me toda, e mais água e mais sabão, eu toda cheia de espuma, um tormento.
Assim que ela me largou, fugi dali para fora e fui rebolar-me num pedaço de terra sem relva. A maluca não faz mais nada. Agarra em mim com um ar muito zangado e outra vez mangueira, sabão, mangueira. Eu de vingança sacudi-me e dei-lhe um valente duche... mas ela nem me largou. Agarrou em mim, esfregou-me com uma toalha e toca de me atirar para cima com um bafo quente que saía dum tubo que fazia muito barulho... Tive tanto medo... fartei-me de tremer... mas depois fiquei quietinha pois estava com frio e aquele ar quentinho estava a saber-me bem. A minha dona por uns dias ficou muito zangada comigo e acho que preocupada com receio que o ratinho me tivesse feito mal à barriga. Mas não. Sinto-me óptimamente.
Ontem, porém, foi uma querida. Levou-me a casa de uns amigos dela que têm um grande jardim e uma piscina. Estava lá um rapaz bem simpático, o Pipo, uns anos mais velho que eu, mas enturmámos bem. Ele estava um bocado triste porque lhe morreu o irmão gémeo há pouco tempo por isso eu esforcei-me por animá-lo e brincar com ele. Lá andámos a rebolar na relva onde fizemos um belo buraco, trocámos pulgas, mordiscámo-nos nas orelhas e abanámos os rabos. O pior foi não nos terem deixado ir para a piscina... Eu bem pedi, pois estava cheínha de calor e a apetecer-me imenso uma banhoca, mas lá está o tal problema de comunicação... ninguém me ligou nenhuma. Nem me deixaram passar para lá do portãozinho que dá acesso à zona da piscina.
Como entretanto o Pipo já estava cansado e não lhe apetecia brincar mais, eu tratei de ir explorar o sítio. Embrenhei-me lá por trás duns arbustos e nisto comecei a sentir um cheirinho mesmo bom. Eh pá! que será isto? Como não estava ninguém por ali, resolvi ir ver do que se tratava e sabem o que encontrei? Pois nada mais nada menos que um belo rato, já bem morto pois tinha umas partes meio secas e umas minhoquinhas a sairem da carne. Mas cheirava bem como eu sei lá! Nunca tinha cheirado nada assim. Uma maravilha! Peguei nele e fui-me pôr na relva, mesmo ao pé do terraço onde a minha dona por uns dias havia de ir jantar. Brinquei imenso com o ratinho, mordisquei-o, estive a ver o que faziam as minhoquinhas (estavam a comê-lo as marotas) e depois, para guardar bem aquele cheirinho rebolei-me toda por cima do bicho. Eta, que coisa boa! Nunca me tinha divertido tanto!
Estava eu toda contente, quando as pessoas começaram a vir para o jantar. A primeira a chegar foi a minha dona por uns dias, que andava à minha procura. Apareceu de nariz torcido, a dizer que o jardim naquele sítio fedia, a perguntar a si mesma se teriam andado a pôr ferthumus na relva (sim, porque eu até os pensamentos lhe leio), que assim não se podia jantar ali. De repente viu-me e disse: mas que andaste tu a fazer? Estás toda suja! Parece sangue... andaste à bulha com o Pipo? Mas que cheiro horrível... Foi nesta altura que ela viu o meu ratinho... Bom, nem sei que vos diga... a partir daqui foi um inferno. A minha dona por uns dias aos gritos a chamar a amiga com um ar todo enojado, os outros todos a aparecerem numa grande algazarra, com panos a tapar os narizes, a perguntarem mas que cheiro fétido é este? e eu sem perceber nada.
Nisto, ela agarra em mim pela coleira, puxa-me para um canto e toca a regar-me com uma mangueira de água gelada. Então, então... agora não! agora está frio! eu queria era a piscina... e ela sem ligar nenhuma, a pôr-me sabão, a esfregar-me toda, e mais água e mais sabão, eu toda cheia de espuma, um tormento.
Assim que ela me largou, fugi dali para fora e fui rebolar-me num pedaço de terra sem relva. A maluca não faz mais nada. Agarra em mim com um ar muito zangado e outra vez mangueira, sabão, mangueira. Eu de vingança sacudi-me e dei-lhe um valente duche... mas ela nem me largou. Agarrou em mim, esfregou-me com uma toalha e toca de me atirar para cima com um bafo quente que saía dum tubo que fazia muito barulho... Tive tanto medo... fartei-me de tremer... mas depois fiquei quietinha pois estava com frio e aquele ar quentinho estava a saber-me bem. A minha dona por uns dias ficou muito zangada comigo e acho que preocupada com receio que o ratinho me tivesse feito mal à barriga. Mas não. Sinto-me óptimamente.
Será que hoje vamos lá outra vez?
4 comentários:
quer uma gaja divertir-se e não deixam.....
´"tá mali"
Eh pá, ratos e ratazanas é bicheza que não devia existir, arrepia. Fartei-me de rir com a parte do secador, Faz-me lembrar uma parecida cá em casa com o aspirador.
anaparga wrote on Aug 25
Linda Margot!! E bem esperta ;)
mariag wrote on Aug 25
Garotinha danada de sapeca essa Margot !...
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