outubro 26, 2008

poemas ao sábado #1

ECOS DE VERÃO

Quando todo o brilho da cidade
me escorre pelas mãos, que já não são
mais que fugidios ecos de verão,
a música dos dias sem idade,
subitamente como fonte ou ave
rompe dentro de mim - e nem eu sei,
neste rumor de tudo quanto amei,
se a luz madrugou ou se chegou tarde.


Eugénio de Andrade

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