outubro 06, 2008

e agora...



... a apetecer-me fingir que não tenho nada para fazer e ir ali para a minha varanda, sentar-me numa das cadeiras de plástico já baças de tanto sol, apoiar os pés na guarda e pôr-me a ver o tempo a passar.

Assim, só isto. Enfiar-me no tempo de forma a sentir quanto tempo demora o tempo a passar. Eventualmente fumar um cigarro e beber um copo de vodca tirada directamente do congelador a que juntasse duas pedras de gelo.

Assim, só isto. Ver as luzes do outro lado do estuário, os picos da ponte, o cristo-rei, os telhados do primeiro plano no contra-luz da noite e esperar o tempo. Senti-lo a passar, esperar que os segundos saiam a seu tempo do relógio, em fila indiana, cada segundo segurando no bibe do segundo que vai à sua frente sem atropelos nem pressas.

Quanto tempo demora o teu tempo? Quanto tempo demora o meu? Por vezes encontramo-nos no espaço. Espero com tempo, que o tempo passe e nos encontremos no tempo.

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