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maio 08, 2009

pedalando em paris

Uma das coisas boas que Paris tem de há um ano e tal para cá são as velib, bicicletas de uso partilhado a um euro por dia, desde que não se utilizem durante mais do que meia hora de cada vez. Depois de dois dias de mais chuva do que sol, o céu amanheceu tão azul que decidi mandar o metro e o Louvre às urtigas (também, se não vou lá há uns 20 anos, bem que pode esperar mais um pedaço) e passear-me pedalando. Para pegar uma velib, nada mais fácil. Basta encontrar um parqueamento como este aqui,

escolher uma bicicleta com os pneus cheios, travões a funcionar e blablabla, colocar o cartãozinho que o nosso hospedeiro nos emprestou sobre o sensor que existe para o efeito, soltar a dita cuja e pôr as pernas a funcionar. Comecei por apanhar o metro para la Villette que achei ser um bom ponto de partida para o meu périplo.

É verdade que os parques de velib abundam mais e estão melhor fornecidos no centro da cidade do que na periferia e tive de caminhar um bom pedaço ao longo do canal até encontrar um que tivesse bicicletas utilizáveis (o primeiro pelo qual passei só tinha uma bloqueada e outra com os pneus furados, pois... nem tudo corre sobre rodas nisto das velib). Finalmente, a minha primeira, aqui:

Canal à minha esquerda, fui descendo tranquilamente até chegar à Bastilha. Aí, tendo passado a meia-hora contratual, parqueei a bicicleta, dei uma volta pelo mercado que por ali há de manhã a pensar que, se fosse cá, a ASAE já tinha dado cabo do juízo a quem vende e compra carne e peixe em bancas ao ar livre, pois isso mesmo, ao ar livre.


Depois de umas deambulações e uma sanduiche, peguei noutra bicicleta para ir até aos jardins do Luxemburgo, que o sol estava bastante convidativo para mais um passeio. Os parisienses não resistem a um dia ensolarado e o sítio estava pleno de gente a jiboiar, de modo que escolhi uma cadeirinha modelo costasreclinadascombraços para me sentar e outra modelo



costasdireitassembraços para apoior os pés e fiquei-me a olhar a torre de Montparnasse e a dar uso ao meu diário gráfico, enquanto o sono não me venceu, acabando por dormitar ao sol até ficar com um belo tom de vermelho no nariz. Duas ou três horas passadas nesta actividade esfusiante


e preparei-me para pegar outra velib, não sem antes registar em fotografia os canteiros e castanheiros floridos e umas folhas de gingko que me entusiasmaram bastante.




Antes de regressar a casa sentei-me na Pont des Arts a ver os pés de quem passava enquanto o sol desmaiava já nas minhas costas.

A outra velib foi para ir dali até casa, no 18ème. Contas feitas, cerca de 16 km em 4 bicicletas, Paris intra-portas até que é uma cidade pequena.


E bom, fiquei fã.

abril 29, 2009

all stars


E hoje foi Kandinsky no Beaubourg. Fantastico. Recomendo.


E "L'art des carnets de voyage" para quem se possa interessar por isso, como eu, no Musée de la Poste.

E depois os converse all stars para mim e para o miudo, espero que lhe sirvam, ingalinhos, que estavam com 30% de desconto. Yes.

abril 28, 2009

pequenos nadas


E o que me encanta em Paris säo pequenas coisas, assim como chegar à Gare du Nord depois do RER que vem de Roissy e apanhar um taxi cujo motorista, depois de passar toda a viagem a falar dos perigos para a saude que representam as antenas das companhias de telemoveis, me dar para as maos um grande mapa da cidade e uma lupa igualmente enorme para lhe mostrar onde é a rua para onde quero ir.

E de manha apanhar o metro, sair em Saint Michel e perder-me durante um par de horas nas duas maiores livrarias de bd que conheço, acabando por sair de la com peso a mais. E depois dar aos pes e ir à tal livraria de livros de cinema, tagarelar com a vendedora, dizer-lhe que sim, que tinha visto o filme de animaçao "uma historia triste com um final feliz", e que nao, nao conhecia o livro com a mesma historia e os mesmos fantasticos desenhos, que ela me mostrava enfatizando as origens lusas da autora, e bom finalmente sair de la com ainda mais peso que antes.

E depois fazer toda a Rue de Seine a espreitar as galerias de arte, para finalmente me sentar numa esplanada com o Louvre do outro lado do rio a folhear as minhas compras.

E meter o nariz nos antiquarios perto des Beux Arts, entrar naquela loja antiga de material de pintura, com moveis de gavetas estreitinhas, e em cada uma, uma camada de pasteis muito arrumadinhos, uma gaveta so de tons de azul, outra so de amarelos e cada cor uma gaveta, e aquele cheiro a tintas e a papeis, o balcao de madeira, os empregados velhotes e de colete a mostrarem-me as varias qualidades de pasta de modelar, consoante a dureza e sair de la ainda com mais peso.

E voltar a casa, largar livros e pastas de modelar, fazer uma sesta curta e ao fim da tarde trepar as centenas de degraus da Rue du Mont Cenis em que numa das placas alguem trasformou o C em P e a rua naquele troço passou a chamar-se du Mont Penis, chegar la acima debaixo de chuva e, sem me ralar nem um pouquinho com as calças e sapatos molhados, respirar toda a Paris a meus pés.

Voilà (porque nao temos nos uma palavra boa como "voilà" para dizer "voilà"?), sao estas pequenas coisas que me encantam em Paris.

O que nao me encanta de todo é este teclado onde algumas letras se lembraram de ocupar o lugar de outras e na volta a gente pensa que nao fixa estas coisas, mas ha a memoria dos dedos que é melhor do que a nossa e quero um "a" e sai-me um "q" e vice-versa, e nao sei onde para o til e o acento agudo et bon, ça m'énerve.

abril 06, 2009

fall in (love in) paris

Nunca fui a Paris em Abril nem vi os castanheiros em flor.

Paris é entre Outubro e Novembro, quando se começa já a sentir aquele friozinho seco em dias ainda cheios de sol e a cidade se enche de manchas de vermelhos, castanhos e dourados brilhantes dos castanheiros que teimam em não perder a folha todos ao mesmo tempo, prolongando o Outono numa palete de tons terra que me encanta.

Adoro Paris no Outono.