Pergunto-me se existes quando não te vejo tal como me perguntaste se na floresta uma árvore cai realmente se não estiver lá ninguém para ouvir o quebrar dos ramos e do tronco, o gemido ao tombar no solo.
Agora que não estás aqui, interrogo-me se és onde estás, se a suavidade da tua pele na minha só é quando me aqueces enlaçado a mim, a leve aspereza das tuas mãos apenas quando me tocas, muda a tua voz se não me chegam palavras nem silêncios, cegos os teus olhos se não os vejo nos meus.
Como esta areia que agora piso e da qual sinto a quentura, como o compasso das ondas deste mar onde mergulho, como todas as estrelas que pintam constelações no céu e que não sei se aqui ficam quando me for no barco que rasgará a lisura líquida da ria. Tudo ficará atrás de mim ou talvez não, quem sabe tudo isto apenas nos meus sonhos e, se assim for, para trás deixarei somente o vazio do espaço que os sonhos já não preenchem, quem sabe também eu apenas nos sonhos de alguém que de outro alguém igualmente é sonho e nada mais.
Pergunto-me de novo se existes quando não te vejo, de ti guardo palavras e silêncios, a lembrança de uma mão que me afaga e de uns lábios que roçam ao de leve os meus, a memória de um cheiro.
Deito-me então de costas a olhar o céu que não sei se existe e, como tu, agarro-me às ervas para não cair.
Agora que não estás aqui, interrogo-me se és onde estás, se a suavidade da tua pele na minha só é quando me aqueces enlaçado a mim, a leve aspereza das tuas mãos apenas quando me tocas, muda a tua voz se não me chegam palavras nem silêncios, cegos os teus olhos se não os vejo nos meus.
Como esta areia que agora piso e da qual sinto a quentura, como o compasso das ondas deste mar onde mergulho, como todas as estrelas que pintam constelações no céu e que não sei se aqui ficam quando me for no barco que rasgará a lisura líquida da ria. Tudo ficará atrás de mim ou talvez não, quem sabe tudo isto apenas nos meus sonhos e, se assim for, para trás deixarei somente o vazio do espaço que os sonhos já não preenchem, quem sabe também eu apenas nos sonhos de alguém que de outro alguém igualmente é sonho e nada mais.
Pergunto-me de novo se existes quando não te vejo, de ti guardo palavras e silêncios, a lembrança de uma mão que me afaga e de uns lábios que roçam ao de leve os meus, a memória de um cheiro.
Deito-me então de costas a olhar o céu que não sei se existe e, como tu, agarro-me às ervas para não cair.
14 comentários:
Querida TCL .. não me conhece, eu sei, nem eu a si. Mas posso assegurar-lhe que escreveu este direitinho ao meu sentir.
Obrigada *
:)
(quando não há nada a acrescentar, sorri-se)
Minha querida,
voltaste nostálgica das férias?
Espero que se assim for seja por um bom motivo e não por um menos bom.
O texto com que nos presenteaste é simplesmente lindo.
Bem vinda de volta!
Valeu a pena a ausência, para voltares agora com este texto lindo. Pura prosa poética? Ou pura paixão?
Tinha saudades tuas.
Beijo
E eu também. TCL... tudo isto é sonho? O texto é uma beleza, o que não me surpreende nem um bocadinho.
Bom regresso, dona Sardinha.
;)
é só a nostalgia antecipada das férias a acabar. últimos dias na minha ilha de sonhos, ai...
Então aproveita bem o restinho das férias. E traz muitos sonhos, para o tempo frio...
:)
E... bem, agarra-te às ervas mas vê lá não te agarres à erva!
Olha, levei-te para o cata-ventos, miúda.
Bjs
Obrigada Ana. bem sabes que muito me honra ser citada no teu cata-ventos.
Ora, ora... o cata-ventos é que ganha com isso!
Bjs
Algo existe. Isso eu sei.
Que bom regresso este! Aproveita bem essas férias aí no paraíso, enquanto nós esperamos pelas nossas. Também quero que sejam assim tão apaixonadas ao apaixonantes!
O teu texto é lindo, lindo, lindo!
beijinhos
UAU
(e não é preciso dizer mais nada)
Palmas!
(ainda não fui à Ilha este ano... estava tudo no mesmo sítio?!)
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