Imponho-me um esclarecimento a propósito deste post porque hoje falei com algumas pessoas sobre este assunto, o que me levou a amadurecer a ideia que já tinha sobre o manifesto que publiquei em jeito de movimento solidário.
Assinei esta petição contra o acordo ortográfico por duas razões:
1 - sou contra este acordo, pois tem coisas que acho estúpidas e desnecessárias. Não sou contra um acordo ortográfico embora me questione sobre a sua utilidade. Enfim, pode ser útil nalgumas coisas, como programas de correcção automática de textos e tal.
2 - não encontrei (diga-se que também não procurei) mais nenhuma petição anti-acordo.
É que há pelo menos duas coisinhas neste manifesto que me irritaram logo da primeira vez que o li:
i - introduzir o manifesto com dissertações sobre a qualidade do ensino da língua portuguesa nas escolas, culpabilizando os meios de comunicação social pelo mau uso dado à língua e patati e patatá. Isto para mim, é misturar alhos com bugalhos. É como virem-me dizer que a sopa não está boa porque a agricultura está em crise.
ii - esta frase: "Convém que se estudem regras claras para a integração das palavras de outras línguas dos PALOP, de Timor e de outras zonas do mundo onde se fala o Português, na grafia da língua portuguesa." Reparem: "...dos PALOP, de Timor e de outras zonas do mundo onde se fala o Português...". Referem os PALOP's, ok e Timor (955.000 almas que mal papagueiam a língua oficial - 95% da população fala mas é tétum). A forma ostensiva e obtusa como é deliberadamente omitido o Brasil (são só 184 milhões de falantes de um português repleto de palavras com origem em línguas indígenas e outras, coisa pouca a incluir em outras zonas do mundo) levou-me quase quase a não assinar este manifesto. Perdoem-me os nomes sonantes que o redigiram , mas isto é ridículo de tão estúpido.
Enfim, pesem embora estas considerações, penso que fiz bem em assinar a petição. Pode ser que quem manda pare um bocadinho para pensar.
É que a mim, os omnipotentes não me põem a escrever "onipotentes".
Assinei esta petição contra o acordo ortográfico por duas razões:
1 - sou contra este acordo, pois tem coisas que acho estúpidas e desnecessárias. Não sou contra um acordo ortográfico embora me questione sobre a sua utilidade. Enfim, pode ser útil nalgumas coisas, como programas de correcção automática de textos e tal.
2 - não encontrei (diga-se que também não procurei) mais nenhuma petição anti-acordo.
É que há pelo menos duas coisinhas neste manifesto que me irritaram logo da primeira vez que o li:
i - introduzir o manifesto com dissertações sobre a qualidade do ensino da língua portuguesa nas escolas, culpabilizando os meios de comunicação social pelo mau uso dado à língua e patati e patatá. Isto para mim, é misturar alhos com bugalhos. É como virem-me dizer que a sopa não está boa porque a agricultura está em crise.
ii - esta frase: "Convém que se estudem regras claras para a integração das palavras de outras línguas dos PALOP, de Timor e de outras zonas do mundo onde se fala o Português, na grafia da língua portuguesa." Reparem: "...dos PALOP, de Timor e de outras zonas do mundo onde se fala o Português...". Referem os PALOP's, ok e Timor (955.000 almas que mal papagueiam a língua oficial - 95% da população fala mas é tétum). A forma ostensiva e obtusa como é deliberadamente omitido o Brasil (são só 184 milhões de falantes de um português repleto de palavras com origem em línguas indígenas e outras, coisa pouca a incluir em outras zonas do mundo) levou-me quase quase a não assinar este manifesto. Perdoem-me os nomes sonantes que o redigiram , mas isto é ridículo de tão estúpido.
Enfim, pesem embora estas considerações, penso que fiz bem em assinar a petição. Pode ser que quem manda pare um bocadinho para pensar.
É que a mim, os omnipotentes não me põem a escrever "onipotentes".
7 comentários:
TCL, dou-te inteira razão nisto se a tua interpretação está correcta. Mas eu interpretei de outra maneira a omissão do Brasil (a ser omissão seria ridícula e mal intencionada, de facto): para mim, os Palop's, Timor e as "outras zonas do mundo", são além do Brasil, já que a proposta de acordo vem exactamente de lá e saiu da pena de um brasileiro. Foi o que li neste manifesto, e não me pareceu errado...
Como tu, também tenho alergia a omnipotentes (e a onipotentes).
Talvez tenhas razão Ana, não sei, francamente. Se este manifesto fosse como uma resposta a uma proposta que vem do Brasil, aceitaria. Mas parece-me uma omissão deliberada mesmo que, obviamente, "as outras zonas do mundo" não incluam o Brasil. A ausência de referência ao Brasil incomoda-me neste manifesto.
estive a reler a coisa, já não sei o que pensar. às tantas tens razão, Ana, e a burra sou eu que fiz a leitura como se estivesse de fora. mas se eu interpretei assim, é porque o texto se presta a essa confusão e então deveria ser mais claro, pronto!
:-)
olha bastava ter acrescentado a esta frase
"Convém que se estudem regras claras para a integração das palavras de outras línguas dos PALOP, de Timor e de outras zonas do mundo onde se fala o Português"
isto:
"para além de Portugal e do Brasil"
e assim já não haveria dúvidas.
Bem visto, tcl. Assinei e não me arrpendo, porque o acordo é mesmo mauzote. Mas, além destas tuas observações certeiras, chateia-me às vezes estar do mesmo lado da barricada que uma série de defensores da intocabilidade da língua, que não subscrevo... beijos. E a banda do miúdo, como é que ficou desta vez?
ora nem mais, Huck, é isso mesmo. Os defensores da intocabilidade da língua... Eu tenho quase a certeza que não tarda vamos ter o verbo "tar" como assumido. Sacrilégio! mas tá-se bem!
A banda do miúdo desta vez não passou, felizmente, graças ao bom senso da organização e a outra banda que levou MUITOS fãs. Há os exames do 12º ano para preparar. Estão contudo seleccionados para a grande final, dia 28 de junho e convidados para em setembro irem uma noite tocar ganhando à comissão. giro. vai ao site deles no myspace, tem lá as novidades
Estou com vocês na irritação com os intocáveis, que me fazem sempre urticária...
E acho que tens razão, TCL: essa simples frase eliminaria os equívocos, embora eu continue a achar que a omissão do Brasil não é propositada.
Beijinhos
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