junho 11, 2007

o papagaio e os flamingos










Este fim-de-semana li esta história fantástica no DN.

Estavam uns ornitólogos holandeses ou dinamarqueses (não me recordo bem) todos contentes a estudar uma colónia de flamingos acabadinhos de chegar em migração ao Santuário Nacional de Aves de Djoudi, algures no Senegal, quando de repente, do meio dos pios da turba, começam a ouvir alguém que não parava de dizer "amor, amor, amor".

Intrigadíssimos com o fenómeno (até à data não se conhecem flamingos palradores), acabaram por descobrir um papagaio que, aparentemente, vivia com a colónia. Caso nunca visto, resolveram investigar a coisa, descobriram que "amor" era uma palavra portuguesa e, através da rota dos flamingos, perceberam que os bichos tinham parado no estuário do Sado.

Bom, para resumir a história, o papagaio pertencia a uma septuagenária de Setúbal que tinha comunicado o seu desaparecimento à malta que estuda a passarada lá para aquelas bandas.

Confrontada com o facto de o seu bicho ter aparecido no Senegal, a senhora sai-se com esta: "O Louro não andava o mesmo desde que o levei a ver os flamingos. Sempre foi sossegado, fazia pouco barulho, nem incomodava os vizinhos... mas depois desse dia, só dizia "amor, amor, amor". Acho que se apaixonou por uma flaminga..."

Paixão ou não, acho esta história uma delícia. Uma delícia que uma senhora leve o seu papagaio "a ver os flamingos". Uma delícia que ele diga "amor, amor". Se fosse um papagaio de taberna, que tivesse aprendido a dizer "puta que te pariu", a história perdia completamente o seu lado romântico. Uma delícia que a senhore ache que o papagaio se tenha apaixonado por uma flaminga. Com jeito, ainda conseguem fazer uns flapagaios.

Acresce que o Louro, fez aí uns 200 km por dia (2791 no total) para acompanhar os flamingos, o que parece imenso para um papagaio. Segundo a dona, tamanha energia deve-se à água das pedras que ela lhe dava, precisamente para o arrebitar.

Vou passar a aumentar o meu consumo de água das pedras, está visto.

6 comentários:

Anónimo disse...

Esta história é simplesmente fantástica, e como biólogo, devo dizer que é de uma curiosidade extrema... E já agora quem é que leva um papagaio a ver flamingos?

Viva o louro, a flaminga e os flapagaiozinhos!

Anónimo disse...

Não sabia que a agua das Pedras era um dopante tão poderoso. Avec ou sans doping, elle est très jolie cette incroyable histoire d'amour, l'amour qui survole les mers, ignore les frontières, se moque des barrières entre les espèces, l'amour crié du matin au soir dans les marigots sénégalais aux oreilles roses des belles flamandes qui ne répondent jamais...

tcl disse...

merci de ton commentaire :-)

Mais tu vas très vite. On ne sait jamais si la belle flamande va répondre ou pas.

Et aussi, on ne sait pas si elle est belle, cette flamande. Le réportage ne disait rien sur ce point la.

Anónimo disse...

Elles sont grandes, roses, maigres et silencieuses, évidemment qu'elles sont belles et exotiques pour les petits zigotos de setubal.

gir@f disse...

...
hummmm
surgiu me aqui uma dúvida...
para quê aumentar o consumo de agua das pedras???
apaixonaste te por um flamingo???ou queres ir ao senegal???
(pk se for de avião eu até ia....)

tcl disse...

Senegal, claro, hei-de ir, se a vida me correr bem. De avião e com um stock de água das pedras, para dar energia!