E o cheiro que dele emanava e a vontade de o lamber que eu sentia como se fôssemos dois animais, fêmea e cria, instintos básicos à flor da pele.
E acordar de noite em sobressalto porque de repente parecia que ele tinha deixado de respirar e eu muito quieta com os ouvidos todos abertos até confirmar o som regular que saía do berço.
E afagá-lo devagarinho, tocar aquela pele de seda e sentir que aquilo também era eu, pedaço de mim feito gente, outra pessoa mas mesmo assim um bocadinho de mim.
E durante meses, anos, um inferno porque não queria comer, a colher de papa a acertar na bochecha, raio do puto sempre a pôr a cara para o lado, apesar do circo das avós e empregadas a abanar frascos com botões, a tocar pífaros e outras palhaçadas que o distraíam os segundos necessários para, de vez em quando, o apanhar à má fila e lá lhe enfiar mais uma colher pela goela abaixo.
E o desespero de o deixar na escola a primeira vez, lavado em lágrimas a estender a mão para mim e eu a descer os 4 degrauzinhos da entrada de nó na garganta e foi assim de Setembro a Março e nos anos a seguir nos primeiros 15 dias depois das férias grandes.
E depois a primária o básico o secundário e ontem eu a ajudá-lo a preencher os papeis para os exames do 11ºano e hoje ele a anunciar-me a nova namorada.
Bolas, parece que ainda ontem e afinal 16 anos e meio.
1 comentário:
ola, vim aqui roubar as fotos das MINHAS mãos para por na MINHA pagina. se te importares mt podes me sempre meter na cama mais cedo.
bjs
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