março 07, 2007

Jota Pê

Bolas, parece que ainda ontem o pezinho dele tão pequenino que o fechava todo na concha da minha mão e aquela sensação boa quando ele mamava.

E o cheiro que dele emanava e a vontade de o lamber que eu sentia como se fôssemos dois animais, fêmea e cria, instintos básicos à flor da pele.

E acordar de noite em sobressalto porque de repente parecia que ele tinha deixado de respirar e eu muito quieta com os ouvidos todos abertos até confirmar o som regular que saía do berço.

E afagá-lo devagarinho, tocar aquela pele de seda e sentir que aquilo também era eu, pedaço de mim feito gente, outra pessoa mas mesmo assim um bocadinho de mim.

E durante meses, anos, um inferno porque não queria comer, a colher de papa a acertar na bochecha, raio do puto sempre a pôr a cara para o lado, apesar do circo das avós e empregadas a abanar frascos com botões, a tocar pífaros e outras palhaçadas que o distraíam os segundos necessários para, de vez em quando, o apanhar à má fila e lá lhe enfiar mais uma colher pela goela abaixo.

E o desespero de o deixar na escola a primeira vez, lavado em lágrimas a estender a mão para mim e eu a descer os 4 degrauzinhos da entrada de nó na garganta e foi assim de Setembro a Março e nos anos a seguir nos primeiros 15 dias depois das férias grandes.

E depois a primária o básico o secundário e ontem eu a ajudá-lo a preencher os papeis para os exames do 11ºano e hoje ele a anunciar-me a nova namorada.

Bolas, parece que ainda ontem e afinal 16 anos e meio.

E as mãos mais bonitas do mundo são dele.


1 comentário:

Anónimo disse...

ola, vim aqui roubar as fotos das MINHAS mãos para por na MINHA pagina. se te importares mt podes me sempre meter na cama mais cedo.
bjs