dezembro 09, 2007

assim a modos que uma cartinha ao JRS

Isto já começa a parecer uma perseguição, mas juro que não é. As coisas passam-me à frente e, que querem, não posso deixar de as ver...

A propósito do êxito das suas produções literárias, José Rodrigues do Santos disse numa entrevista: "Não gosto de ler romances que não tenham uma história". Não sei se a frase era exactamente assim, mas era isto.

Oh Zé, francamente... O que é um romance? hum?

Não? Nem mais ou menos, assim um bocadinho?

Ok, eu dou uma ajudinha; vejamos então uma definição simples daquelas que vêm no wikcionário: "Romance - Narrativa em prosa onde são relatados factos imaginários embora possam ter sido inspirados em histórias reais".

Já está quase? Ainda não? Nem espremendo os 3 neurónios sobresselentes?

Façamos um zoom. Wikipédia: "O Romance é o género mais conhecido da literatura. Herdeiro da epopeia, é tipicamente um género do modo narrativo, assim como a novela e o conto." ou ainda: "Romance – é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos de caráter verossímil."

Nem assim? É preciso fazer um desenho? Olha Zezito para a próxima dizes assim: "não gosto de ler ensaios, nem poesia, nem o rótulo do desodorizante" ou "não gosto de ler livros que não contem uma história". Dizes aquilo que queres sem mostrar a tua ignorância, topas?


5 comentários:

Pitx disse...

diz-me, se conseguires, qual é a história do ontem não te vi na babilónia.

depois conta-me.

tcl disse...

pois não sei Pitx. Esse já faz parte dos ALA que não li. Ou nem o comprei, ou está la na estante com uma bolinha laranja colada na lombada para me lembrar de um dia o tentar ler. Aiás o último ALA que li com prazer foi a Exortação dos Crocodilos.

O facto de não os conseguirmos ler porém, não significa que não contem um história e de poderem, por isso, continuar a ser classificados como romances. O que se passa nos últimos livros do ALA, os que comecei a ler e não tive paciência para acabar, é que a história é contada de uma forma cada vez mais difusa, mais intrincada num labirinto de discursos de personagens que entretecem a realidade e os sonhos num emaranhado dificil de deslindar, exigindo do leitor um esforço que nem sempre é compatível com o prazer da leitura.

Por outro lado, ALA tem vindo a dar cada vez maior importância à forma em deterimento do conteúdo e talvez daqui a mais umas quantas obras deixemos de ter romances e passemos a ter qualquer outra coisa.

Não consigo pois dizer-te qual a história de "ontem não te vi em babilónia", mas continuo na minha: por inerência da classificação de género literário, um romance conta sempre uma história.

Às vezes duma forma tão complexa como a de ALA, às vezes duma forma básica, infantil e desprovida de nexo como faz JRS.

Teresa disse...

Sobre este senhor estamos conversadas, não é verdade?

Mad disse...

Liiiindo!

ana v. disse...

LOL! Apoiado. Alguém devia fazer a caridade de dizer ao JRS que imitar a fórmula do Dan Brown não é exactamente o mesmo do que ser um bom escritor. Embora venda muuuuuuito.