Hoje tive um desgosto. Não se pode dizer que tenha sido um ENORME desgosto, mas um desgostozinho, pronto. Vinha eu para casa ao fim da tarde com a
Rádio Europa Lisboa sintonizada,
já disse que gosto desta rádio? Pois gosto. Tem uma selecção de jazz que faz bem o meu género e algumas rubricas que gosto de ouvir: "3 minutos de ciência" de Nuno Crato — hoje comprei "a matemática das coisas" à conta desta, "3W's" de Paulo Lázaro — por vezes com dicas interessantes sobre páginas da net, e outras de que agoro não me recordo (a minha memória está de momento apenas sintonizada para os programas com um 3 no nome)
quando começa o 3W's. Pensando bem, o que me agrada mais neste programa é mesmo a voz do Paulo Lázaro. Voz do caneco... Eu ouço o Paulo Lázaro e já nem sei do que ele está a falar de tal forma fico em estado quase catatónico com aquela música — para mim o homem a falar é música nos meus ouvidos.
Bom, então começa o 3W's, eu a ficar em transe e tal, quando às tantas o Paulo fala (por duas vezes, duas) na
perca de dados informáticos. Eh pá, caíu-me tudo. É que para mim
perca é um peixe — este aqui, oh
foto roubada algures na net
que se pesca em albufeiras e afins, sem qualquer interesse, aliás, já que basta espetar uma bolinha de pão no anzol, lançá-lo com a cana e retirar a perca mole de passividade passados 3 segundos.
Então a voz mais sexy da rádio diz um disparate destes?, pensei eu entre o desgosto e o desgosto. Bolas, o homem é culto, caramba, será que sou eu que estou enganada e "perca", além de peixe e conjuntivo e imperativo lá do verbo perder também é sinónimo de "perda"?
Por via das dúvidas, fui ao ciberdúvidas, as allways e, qual o meu espanto, dou com isto:
Entre estas duas palavras, significando "acto ou efeito de perder", a única diferença existente entre elas é a seguinte: perca pertence à linguagem popular, mas é correctíssima, ao passo que perda pertence à língua culta. Quanto ao significado, não há diferença.
Ai Paulo, Paulo, estás perdoado, môr. Afinal eu sou mas é uma snob.
(...da-se)