abril 23, 2007

dá-me um livro que eu dou-te uma rosa


Hoje é o dia mundial do livro e dos direitos de autor.

Assinalando a data, um amigo enviou-me um e-mail contando o porquê desta data: aniversário do nascimento e da morte de Shakespeare (morrer no dia de anos, não lembra...) e da morte de Cervantes, 23 de abril é dia de S. Jorge. Cervantes não era catalão, por isso não sei se há alguma relação entre os dois factos, mas a verdade é que na Catalunha existe uma velha tradição em que, neste dia, os homens oferecem uma rosa de S. Jorge às suas amadas e estas retribuem a atenção com um livro. No final, este meu amigo sugeria aos seus contactos que se associassem à tradição catalã.

Apressei-me a responder enviando um livrinho virtual (à falta de melhor e na impossibilidade de oferecer um a sério) e fiquei à espera da rosa a que tinha direito, mesmo que virtual.

Passado um bocado, dei comigo a pensar: mas que coisa... porque raio é que hão-de ser os homens a receber o livro e nós só ficamos com a florita? Então, eles levam um livro (caríssimo), horas e horas de prazer e nós ficamos a ver uma (uma) rosa a murchar na jarra? Parece-me mal... Porque é que a coisa não é ao contrário? Eu até gosto de flores, mas preferia o livro. Pronto até podia vir com uma rosa, mas um livro mesmo é que era.

Daqui até me perder em reflexões sobre machismo e trálálá, foi um instantinho, daí até achar que este e-mail fazia parte dum arranjinho dos tipos para nos sacarem livros a preço de rosa foram só mais 30 segundos e apenas mais 10 para já ver as indústrias livreira e de produção de flores metidas no esquema. (atente-se ao exagero... não pensei isto tudo, só um bocadinho. isto aqui em cima é só para dar mais colorido à coisa).

Mais tarde, por via das dúvidas, reli o e-mail. Acertadíssimo, politicamente correcto e etc., o meu amigo frisava que se trocassem livros e rosas, independentemente do sexo. Pareceu-me bem.

1 comentário:

Anónimo disse...

Se calhar esse teu amigo falava-te mesmo era da reciprocidade nas trocas. O importante é mesmo dar um livro a alguém, independentemente do sexo, mesmo um livro usado.
E se todos neste País fizessem isso, como bom seria ver a "nossa" juventude dar pulos no grau de iliteracia.
E se a rosa fosse no meio... bem melhor!