dezembro 26, 2006

CÁ-TE ESPERO

Saio pela noite da cidade ao som de todas as músicas que já ouvi e que se baralham na minha cabeça em novas melodias a descompasso, em busca de traços da nossa presença. Esbarro nas esquinas com memórias do passado, flashes do presente e sonhos do futuro e ficamos ali os quatro, com vénias e com licenças a ver quem passa primeiro e acabo por voltar para trás, pelos caminhos já feitos, repisando os mesmos passos, num eterno labirinto de que não encontro a saída.

Subo e desço ruas e avenidas procurando o teu nome abraçado ao meu, as tuas pegadas ao lado das minhas, marcas dos teus e dos meus dedos nas paredes das casas, nas montras das lojas, nos corrimãos das escadas.

Procuro pelos muros sombras de abraços, restos de beijos, ecos de palavras murmuradas num assomo de desejo.

E nesta busca passo as noites, em sonhos de vigília até que chegue o dia e a luz da manhã de novo me traga a realidade da tua ausência.

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