E o que me encanta em Paris säo pequenas coisas, assim como chegar à Gare du Nord depois do RER que vem de Roissy e apanhar um taxi cujo motorista, depois de passar toda a viagem a falar dos perigos para a saude que representam as antenas das companhias de telemoveis, me dar para as maos um grande mapa da cidade e uma lupa igualmente enorme para lhe mostrar onde é a rua para onde quero ir.
E de manha apanhar o metro, sair em Saint Michel e perder-me durante um par de horas nas duas maiores livrarias de bd que conheço, acabando por sair de la com peso a mais. E depois dar aos pes e ir à tal livraria de livros de cinema, tagarelar com a vendedora, dizer-lhe que sim, que tinha visto o filme de animaçao "uma historia triste com um final feliz", e que nao, nao conhecia o livro com a mesma historia e os mesmos fantasticos desenhos, que ela me mostrava enfatizando as origens lusas da autora, e bom finalmente sair de la com ainda mais peso que antes.
E depois fazer toda a Rue de Seine a espreitar as galerias de arte, para finalmente me sentar numa esplanada com o Louvre do outro lado do rio a folhear as minhas compras.
E meter o nariz nos antiquarios perto des Beux Arts, entrar naquela loja antiga de material de pintura, com moveis de gavetas estreitinhas, e em cada uma, uma camada de pasteis muito arrumadinhos, uma gaveta so de tons de azul, outra so de amarelos e cada cor uma gaveta, e aquele cheiro a tintas e a papeis, o balcao de madeira, os empregados velhotes e de colete a mostrarem-me as varias qualidades de pasta de modelar, consoante a dureza e sair de la ainda com mais peso.
E voltar a casa, largar livros e pastas de modelar, fazer uma sesta curta e ao fim da tarde trepar as centenas de degraus da Rue du Mont Cenis em que numa das placas alguem trasformou o C em P e a rua naquele troço passou a chamar-se du Mont Penis, chegar la acima debaixo de chuva e, sem me ralar nem um pouquinho com as calças e sapatos molhados, respirar toda a Paris a meus pés.
Voilà (porque nao temos nos uma palavra boa como "voilà" para dizer "voilà"?), sao estas pequenas coisas que me encantam em Paris.
O que nao me encanta de todo é este teclado onde algumas letras se lembraram de ocupar o lugar de outras e na volta a gente pensa que nao fixa estas coisas, mas ha a memoria dos dedos que é melhor do que a nossa e quero um "a" e sai-me um "q" e vice-versa, e nao sei onde para o til e o acento agudo et bon, ça m'énerve.
E de manha apanhar o metro, sair em Saint Michel e perder-me durante um par de horas nas duas maiores livrarias de bd que conheço, acabando por sair de la com peso a mais. E depois dar aos pes e ir à tal livraria de livros de cinema, tagarelar com a vendedora, dizer-lhe que sim, que tinha visto o filme de animaçao "uma historia triste com um final feliz", e que nao, nao conhecia o livro com a mesma historia e os mesmos fantasticos desenhos, que ela me mostrava enfatizando as origens lusas da autora, e bom finalmente sair de la com ainda mais peso que antes.
E depois fazer toda a Rue de Seine a espreitar as galerias de arte, para finalmente me sentar numa esplanada com o Louvre do outro lado do rio a folhear as minhas compras.
E meter o nariz nos antiquarios perto des Beux Arts, entrar naquela loja antiga de material de pintura, com moveis de gavetas estreitinhas, e em cada uma, uma camada de pasteis muito arrumadinhos, uma gaveta so de tons de azul, outra so de amarelos e cada cor uma gaveta, e aquele cheiro a tintas e a papeis, o balcao de madeira, os empregados velhotes e de colete a mostrarem-me as varias qualidades de pasta de modelar, consoante a dureza e sair de la ainda com mais peso.
E voltar a casa, largar livros e pastas de modelar, fazer uma sesta curta e ao fim da tarde trepar as centenas de degraus da Rue du Mont Cenis em que numa das placas alguem trasformou o C em P e a rua naquele troço passou a chamar-se du Mont Penis, chegar la acima debaixo de chuva e, sem me ralar nem um pouquinho com as calças e sapatos molhados, respirar toda a Paris a meus pés.
Voilà (porque nao temos nos uma palavra boa como "voilà" para dizer "voilà"?), sao estas pequenas coisas que me encantam em Paris.
O que nao me encanta de todo é este teclado onde algumas letras se lembraram de ocupar o lugar de outras e na volta a gente pensa que nao fixa estas coisas, mas ha a memoria dos dedos que é melhor do que a nossa e quero um "a" e sai-me um "q" e vice-versa, e nao sei onde para o til e o acento agudo et bon, ça m'énerve.
6 comentários:
Deliciosa, esta prosa!
Uma crónica que me transportou, num ápice, a Paris!
E "uma historia triste com um final feliz" aí no meio [SORRISOS] gosto tanto. E o filme de animação está genial! E as imagens e e e
gostei deste olhar.
tanto.tudo.íssimo!
beijo
ah Paris
formidable
voilà
Paris
c'est tout ça
des claviers erronées
des librairies formidables
des escaliers à perdre de vue
pour regarder Paris
comme ça, tout d'en coup
:-)
ah e se detectares erros, é que eu e Francês escrito não combinamos :-)
hummm, ja que perguntas... so detecto tout d'un coup, je crois, assim, num relance :-)
E eu aqui cheia de inveja :(
olha como se troca um un por um en, caraças, e eu aqui cheio de cuidados :-)
(para "contrariar a Mad ali cheia de inveja :)
e eu a pensar, por isso e que ja nao escrevo com acentos nem cedilhas :D
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