fevereiro 18, 2009

tempo


Vais e vens como um barco de rota incerta, sem hora ou tempo de atracar ao cais.

Já deixei de olhar o horizonte das águas em busca da tua silhueta esguia no contraluz da tarde, já deixei.

Sei que à entrada do porto algo tão leve e efémero como um bater de asas ou um laivo de espuma te fará virar o leme noutra rota de destino que nem tu vislumbras.

Como um menino de calções perseguindo uma bola de sabão, como um gato ziguezagueando uma borboleta.

Num fim de tarde tão improvável como qualquer outro, lá estarás de novo qual barco atracado ao cais sem rota certa ou hora ou tempo, a dizer-me olá como se nada fosse naquela capacidade apenas tua de comprimir as luas num só dia.

5 comentários:

Pedro disse...

lindo

tcl disse...

obrigada P :-)

MariaV disse...

Nestas coisas das palavras, ainda vais dar que falar. Quase que aposto!
Beijo

ana v. disse...

Essa é a combinação mais perigosa: inocência, liberdade, mistério, imprevisibilidade. Tudo junto numa só pessoa, é letal... ;-)

tcl disse...

é não é? mas fascinante...