outubro 18, 2008

na varanda contando aviões

Vem sentar-te comigo ali na varanda a contar aviões e deixa-te estar em sossego.

Se quiseres, diz-me apenas se quando olhas me vês e nesse caso o que vês.

Se vês um intrincado de moléculas que formam células que se organizam em membros e orgãos. Se cabeça, pele, braços, pernas, se a forma das mãos e o rosado das unhas, se a cor dos cabelos, das pestanas e da penugem sobre a pele. E os tons do riscado da iris que dão a cor aos olhos.

Vês a curva do pescoço, o peito que faz subir a camisola ao compasso leve da respiração e a forma como uma perna se abandona sobre a outra, a ponta do pé volta não volta a apontar o céu. É só isso que vês? É só isso que vês.

E eu ficarei ali a teu lado a contar aviões na varanda e a sentir o teu sossego, esperando o dia em que te lembres de olhar para lá da pele, dos braços, das pernas, do rosado das unhas, da cor dos cabelos e das pestanas, mergulhes dentro dos meus olhos e me vejas a mim.

4 comentários:

ana v. disse...

Olha, sabes que mais?
Prefiro contar aviões... :-)

Anónimo disse...

Isso é falta de NEUROVIDAL...

ana v. disse...

O meu comentário lá de cima referia-se à charada dos números, claro, mas caíu no post errado. Prefiro contar aviões a alinhar sequências de números, é o que eu queria dizer. :-)

Huckleberry Friend disse...

LOL! Fly me to the moon...