janeiro 31, 2009

não tenho título para esta entrada...



...nem palavras. Só palmas.

janeiro 30, 2009

caetano. chico também. mas, caetano

Encontrei este vídeo na vieira do mar e não resisti a colocá-lo aqui.

Adoro o Caetano. Agora também, mas mais ainda quando era assim novinho e hippie como neste filme. Estas duas músicas estão para mim bem mais ligadas à Maria Bethânia, às versões que ela canta no Drama - 3º ato, disco que ouvi até à exaustão quando tinha uns 16 anos e que recuperei mais recentemente em mp3, um must, com textos e poemas declamados pela baiana na sua voz quente e doce.

Mas gosto destas também. E gosto sobretudo do sorriso do Caetano (adoro sorrisos) e encantam-me os trinados que tem na voz de quando em vez.



Fica a letra de Tatuagem, do Chico, para quem quiser relembrar enquanto ouve.

Quero ficar no teu corpo
Feito tatuagem
Que é prá te dar coragem
Prá seguir viagem
Quando a noite vem...

E também prá me perpetuar
Em tua escrava
Que você pega, esfrega
Nega, mas não lava...

Quero brincar no teu corpo
Feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem...

E nos músculos exaustos
Do teu braço
Repousar frouxa, murcha
Farta, morta de cansaço...

Quero pesar feito cruz
Nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem...

Quero ser a cicatriz
Risonha e corrosiva
Marcada a frio
A ferro e fogo
Em carne viva...

Corações de mãe, arpões
Sereias e serpentes
Que te rabiscam
O corpo todo
Mas não sentes...



janeiro 29, 2009

snba update #4 - desenho em 3d

Na última aula, na passada 6ª feira, tivemos uma experiência interessante, decorrente do desafio proposto: desenhe a 3 dimensões. Modelo: o pobre R, sentadinho numa cadeira sobre uma placa giratória que o professor ia rodando para apanharmos os vários ângulos. Material: mãos e plastilina, uma coisa mais rija e plástica que a plasticina, também mais rija que o barro, produtora de bolhas nos dedos de tanto tentar moldá-la. Vantagem - tal como a plasticina não seca. Altura da peça -cerca de 30 cm.




snba update #3 - da cabeça

No 2º ano dedicámos algumas sessões ao estudo de cabeças. Aqui, o mais simples é mesmo desenhar o colega do lado que, para o efeito, passa a estar em frente. O exercício é um tanto ou quanto perturbador porque nos obriga a olhar o outro com uma atenção algo invasiva e desenhá-lo enquanto nos sentimos observados ao milímetro. Mas tem a sua graça e permite-nos lançar alguns piropos supostamente inocentes quando o colega é do sexo oposto. Fazem-se estudos a lápis, a óleo, a pastel e, finalmente, à escolha do freguês. Reparem na tendência estranha que tenho para fazer olhos enormes e esbugalhados... Tenho de treinar mais isto dos olhos.

março/2008 - grafite sobre papel

março/2008 - óleo sobre papel craft - cor natural


abril/2008 - pastel seco sobre papel craft - desafio: solte um pouco a sua imaginação


abril/2008 - pastel seco sobre papel craft - desafio: faça o que lhe passar pela cabeça!


março/2008 - cera e aguada sobre papel craft - pose de 5 minutos - modelo: busto em gesso com pano


junho/2008 - esferográfica sobre papel - modelo: busto em gesso com pano e objectos

snba update #2 - do óleo e não só

No 2º período do 2º ano pegamos pela primeira vez em óleos e respectivos pincéis. As primeiras abordagens são feitas com desenho do modelo completo, primeiro com preto e branco, depois com branco e uma cor e, finalmente, com cor real. Como sempre, o tempo é escasso. As poses são de 40 a 50 minutos, não mais.

janeiro/2008 - óleo sobre papel craft - branco e preto




janeiro/2008 - óleo sobre papel craft - branco e terra de siena queimada


janeiro/2008 - óleo sobre papel craft - branco e vermelho


fevereiro/2008 - óleo sobre papel craft - cor real (vá lá, não se riam, eu sei que este ficou péssimo mas só tenho mais um que ainda está pior)

No exercício seguinte a proposta já era com maior grau de liberdade - cores à escolha, pastéis secos
abril/2008 - pastéis secos sobre craft

janeiro 28, 2009

snba update #1 do movimento

Ando há uns bons...deixa cá ver... sete meses sete, para continuar esta série de posts. Primeiro porque não tinha tirado as fotografias, depois porque fui de férias, mais tarde porque tirei as fotografias mas ficaram manhosas, depois porque não tinha paciência para escolhê-las... às vezes sinto grande o cansaço de ter que me aturar todos os dias...

Entretanto começou e acabou o 1º período do 3º ano, não tarda acaba o 2º pois o que diz o povo a propósito das asas que o tempo tem é bem verdade e pronto, não passa de hoje. E, como não estou com grande pachorra para descrições de métodos e materiais, deixo os bonecos com algumas notas. Eventuais interessados, não hesitais em deixar vossas perguntas que responderei na volta do correio.

Esta primeira entrada é sobre desenho de movimento, uma coisa que nos acompanha desde a primeira aula do primeiro ano e que nos acompanhará sempre. Essencial para soltar a mão e limpar a cabeça no início da sessão. Pormenores e explicações aqui e aqui.




fev/2008 - pastel sobre papel craft, poses de 5 minutos



março/2008 - cera e aguadas sobre papel craft, poses de 5 minutos





dezembro/2008 - ceras aguareláveis sobre papel branco - poses de 3 minutos

Bizkit au cinéma

Acabo de descobrir a razão das ausências prolongadas do meu cão no e-mail que recebi agorinha do meu vizinho:

Ce n'est sans doute pas un très bon film mais dans toutes les stations de métro de Paris, je voyais la tête de Belmondo et la tête de Bizkit. Peut-être qu'il est passé à coté d'une belle carrière ? Peut-être que Joao pourrait lui donner une chance ?

É isso. O cão enveredou pela carreira artística e anda nos ensaios. E eu aqui a pensar em copos e mulheres...

acho...

...que o meu cão tem uma gaja. Que outro motivo pode levar um animal com 50X40X20cm a demorar-se duas horas e meia na rua numa noite de chuva miudinha e chegar a casa com um apetite avassalador?

janeiro 26, 2009

quebrando regras

Eu não sou do clube dos prémios. Nem sou do clube dos desafios (salvo algumas excepções que achei que valiam a pena), nem das correntes, tirando as correntes de ouro que dão sempre jeito e também apago num click todos os e-mails que me mandam reencaminhá-los a 40.000 pessoas sob pena de cairem sobre mim todas as pragas do universo.

Mas como as regras por vezes são para quebrar quero agradecer à Ana ter-me referido no seu digníssimo blogue. Obrigada Ana! A sério.

Agora tenho de cumprir umas regrazitas. Ora bem, como é?

1 . Tenho de deixar um link para o blog que me deu o prémio. Já está no parágrafo de cima.

2 - Tenho de colar o selo do prémio. Pimba, colado.


3 - Tenho de dizer o que vale este prémio. Deixa-me cá ir ver à Ana... É uma coisa de mulheres, um reconhecimento de códigos, de ambientes e de sensibilidades. Bom, ok. Tudo bem.

4 - Tenho de nomear mais premiadas. Isso agora é que fia mais fino e perdoa-me lá ó Aninhas, mas a esta não obedeço. Deixo a malta sossegada, até porque a blogosfera é uma aldeia e os blogues das minhas amigas são todos de ouro.

Pronto. Já está. Afinal não custou assim tanto. Mas chega, ok?

cais

o tempo trouxe vento
o vento deu ondas ao rio
as ondas, águas
e as águas, pedras
que abriram vazios no cais

sequência lógica de causa efeito
simplicidade das coisas materiais

pudera eu assim explicar
a minha alma rendilhada
de vazios de mais

luz

e se quem semeia ventos
colhe tempestades
colherá amores
quem semeia amizades?
e de aldeias colherá cidades
e de ideias vaidades?

perde-se no infinito
quem de estrelas
semeia claridades

doce

scastanhosgostodeolharosteusolhoscastanho
sgostodeolharosteusolhoscastanhosgostod
eolharosteusolhoscastanhosgostodeolha
rosteusolhoscastanhosgostodeolharos
teusolhoscastanhosgostodeolharost
eusolhoscastanhosgostodeolharos
teusolhoscastanhosgostodeolha
rosteusolhoscastanhosgotode
olharosteusolhoscastanhos
gostodeolharosteusolhos
castanhosgostodeolhar
osteusolhoscastanho
sgostodeolharoste
usolhoscastanho
sgostodeolhar
osteusolhos
castanhos

de doçuras tamanhos

perco-me no fundo do fundo do teu olhar

gotas

gotas no vidro da
janela
e o vidro ganha
corpo
nos pingos que escorrem
unindo caminhos
translúcidos
que me isolam no
tempo
que me encerram em
mim

janeiro 25, 2009

estava a ver...


... que nunca mais aqui chegava. E repararem que há 1 online... isto assim, às pinguinhas, não é para qualquer um, hein? Demora o seu tempo, pois então.

janeiro 24, 2009

bom, este blogue...

... não é nada democrático, embora se tenha dado ares durante uns dias. Aqui o que impera é a oligarquia e mainada. Portanto, após consenso familiar, apresento-vos o Calvin (de brilhante pelagem negra) e o Hobbes (aparentado com o original).




Agradeço porém a vossa colaboração, as vossas sugestões, os vossos votos, comentários e blablabla. Em particular agradeço ao Insano que, logo da primeira e talvez única vez que aqui aterrou, foi o primeiríssimo a lembrar-se desta dupla, da qual ainda por cima sou fã e que me tinha escapado.

O Insano, que não tenho o prazer de conhecer, acabou pois de ser promovido a Padrinho dos meus gatos. Claro que padrinho tem obrigações, não é verdade?

short dick man

Quando estou para aqui a trabalhar ponho frequentemente o wmp em random. É prático e leva-me por vezes a faixas que já não ouvia há bastante tempo. Bom para recordar, as faixas e o que se relaciona com elas, o que fiz e vivi ao som de.

Hoje, eu nos afazeres do costume e de repente começo a ouvir isto:



Não faço a menor ideia de como aqui veio parar. Mistérios do meu notebook...

janeiro 22, 2009

do rio num dia cinzento

Aproxima-se do carro em passinhos miúdos, tão perto que lhe posso ver o amarelo do olho encerrando uma pupila negra e uma mancha vermelha na ponta do bico.

Prende-lhe a atenção um pedaço de papel pardo, molhado no molhado do chão. Debica-o, talvez na esperança de um resto de hamburguer, o vento a levantar-lhe as penas do dorso. Uma rabanada mais forte e o papel dois metros ali à frente. Fica parada medindo os passos até lá, hesitando na validade do esforço, e opta por mais uns passinhos e umas quantas bicadas. Não vá alguém estar a olhar e dá-la por parva, faz valer o trajecto com uns golinhos na poça de água onde o papel se ficou e afasta-se de novo até à beira do cais, como se, pensando bem, aquele papel engordurado não tivesse a menor importância.

Fica assim, virada para o vento, abanando ligeiramente ao seu sabor sobre as linhas direitas das patas e as folhas dos pés, olhos amarelos curiosos ora no cais ora no rio. Chega um carro e levanta voo. Vida de gaivota.

Fico por ali mais um tempinho de pensamentos mergulhados na água indecisa entre o verde e o cinzento, mas seguramente fria, arrepiada de espuma branca e molhada.

Viro a chave para o ronronar do motor, manobro a saída e vejo de novo a minha gaivota. Tenho a certeza de que é ela, o mesmo peito branco, os mesmos olhos amarelos de pupila negra curiosa, os mesmos passinhos curtos sobre as linhas direitas das patas, a mancha vermelha na ponta do bico, as penas castanhas na cabeça que misturadas com as brancas lhe dão um tom grisalho de frente para o vento. Sorrio para dentro, imbecilmente feliz por a minha gaivota ter regressado para o pé de mim.

Uns metros mais à frente vejo outra, procuro diferenças e constato que afinal é igualzinha à minha. Olho de novo para trás e não há dúvida: a minha gaivota parada no mesmo sítio, a gémea aqui. Nada me garante agora que a minha gaivota seja de facto a minha gaivota e, no entanto, fosse eu gaivota e não me escapariam decerto pormenores que fazem de cada gaivota uma gaivota única. Fosse eu gaivota e não distinguiria uma pessoa no cais de outra pessoa no cais. Fosse eu gaivota e decerto iria pousar perto da minha pessoa, sem perceber que afinal, a minha pessoa era outra pessoa qualquer.

cidade branca

Quando, como hoje, a cidade acorda branca, só a vejo em primeiro plano da minha varanda. E é como se não existisse mais nada para lá das cozinhas e da roupa nos estendais do outro lado do interior de quarteirão, que ganham assim a importância que nunca lhes dou. Nem telhados, nem torres de igrejas, nem ponte, nem Cristo Rei. Apenas os lençois e camisas dos vizinhos, as mesas entrevistas onde tomam pequenos almoços de leite com café e torradas. Some-se Cacilhas e o estuário, o braço de rio que leva ao Montijo e some-se a Arrábida e todo o espaço daqui até lá. Podem afundar-se os barcos no rio que não os vejo e das gaivotas só tenho pios perdidos acima da espessura da névoa.

É também nestes dias que o rio me chama para que o veja como um imenso mar. Não há outra margem e a ponte pendura-se na bruma num mistério de passagem para lado nenhum.

janeiro 21, 2009

is

não sei que mal fiz
para ter uma borbulha na aba do nariz.

doi-me um bocado, não me deixa feliz,
traz-me lamúrias um pouco infantis
(diria mesmo imbecis)
pensamentos pueris
e altera-me os perfis
de formas pouco subtis.

pois é o que se diz.

the scent of love

E a única coisa que me alivia um pouco depois de ter passado duas horas a tentar limpar a caixa de correio electrónico lá do sítio onde eu trabalho que, desde que isto aconteceu, fica todos os dias a abarrotar, e de não ter feito aquilo que me apetecia fazer, para além de não ter conseguido limpar a dita caixa, é que aqui o random do meu WMP teve a gentileza de me fazer acabar a noite com esta música.



Boa noite e até amanhã.

janeiro 20, 2009

coisas sem importância

Volto para casa já depois das oito com frio e chuva a escorrer no pára-brisas, pensando no conforto da sala e em qualquer coisa quente. Antecipo o prazer da casa em sossego, dos livros que me apetece ler devagarinho, da música que vou ouvir depois do jantar enquanto deambulo por aqui ou me sento em frente de papeis em branco que esperam ser preenchidos com palavras ou com cores.

Ouço na RFI a reportagem da tomada de posse de Barak Obama e da despedida de Bush com canções de byebye e penso que já não vou a tempo das notícias da 1, mas que poderei ver as da 2. O noticiário da RFI passa para outro tema e pergunto-me porque só os franceses francesam todos os anglicismos e dizem profil bas quando toda a gente em todo o lado diz low profile. Lembro-me de outra reportagen que ouvi há meses e nos minutos que demorei a perceber que Pitarregábrièle era Peter Gabriel.

E assim entre pensamentos sem interesse que se vão interligando e vindo e indo e passando acabo por chegar ao parque de estacionamento, sair do carro, sentir no corpo os 5ºC que o termómetro do carro marcava e encaminhar-me lentamente para a porta do meu prédio, mesmo com chuva gelada na cabeça não me apetece apressar o passo, vá-se lá saber porquê.

Pego o elevador e saio no patamar, ansiosa pelo meu sofá e por um prato de sopa igual à que comi ontem. A casa não está às escuras nem fechada à chave, na sala uma câmara de video montada num tripé, o meu filho e outro miúdo a olhar para os apontamentos das cenas e à mesa um casal desconhecido de arroz e salsichas no prato, frios de tanta espera e tanto take. Era suposto ter sido ontem e por isso fui ao cinema. Ontem. E agora não tenho sala, nem quartos, tudo transformado em cenário. Resta-me ficar por aqui. Nem leituras, nem pinturas. Não se pode confiar em adolescentes.

será da ração?

Agora que vou conhecendo melhor a personalidade de cada um dos meus gatos, acho que vou chamar Bufas a um e Surdas a outro...

Porr@.....!

janeiro 19, 2009

why me?

Hoje levantei-me como todos os dias, talvez um pouco mais cedo e com um pouco mais de pressa. Tomei banho, vesti-me, pus os cremes do costume no rosto, comida e água nos gatos, saí com o cão e dirigi-me ao café de de sempre para tomar o pequeno-almoço. Despi o casaco, sentei-me, passei os olhos pelo jornal durante o galão e o pão com manteiga, levantei-me, vesti o casaco, paguei a conta, fui pôr o cão em casa, dirigi-me para o carro, apanhei trânsito pelo caminho e cheguei 10 minutos atrasada à reunião que tinha às 9h30m.

Corri até à porta do edifício, subi no elevador, percorri o corredor até à porta do fundo, cumprimentei a secretária e entrei no gabinete onde já estavam os outros quatro. Despi o casaco que pendurei na cadeira, sentei-me, abri a carteira para tirar o livrinho de apontamentos, os óculos, o telemóvel e uma esferográfica. A meio da reunião, deu-me a dor de barriga matinal e levantei-me para ir até ao wc, percorrendo o corredor em sentido contrário e de novo para trás.

Quando a reunião acabou pus as minhas coisas dentro da carteira, levantei-me, vesti o casaco, despedi-me dos outros, palmilhei de novo o corredor, dispensei o elevador e desci pelas escadas. À porta de saída, na rua, cruzei-me com um colega a quem tinha pedido umas coisas aqui há uns dias e aproveitei para lhe perguntar: então aquilo e tal? ao que ele me respondeu que tinha tudo lá em cima no seu gabinete e que se eu subisse me podia dar já. Subi as escadas até ao primeiro andar conversando com ele, passámos uma porta, novo corredor, entrámos no gabinete do secretariado para pegar parte das coisas, voltámos atrás a outro gabinete para buscar mais umas quantas e saímos de novo para o corredor.

E foi aí. No chão de mosaico branco e imaculado, a renda preta em forma de cuequinhas a olhar para nós e o meu colega: então mas agora alguém anda aqui a largar cuecas? enquanto se baixava para apanhar as ditas. Olhou para mim de cuequinhas rendadas na mão com um ar espantado. Eu tirei os meus olhos dos dele e mirei as cuecas pretas, um nadinha sexy. Numa fracção de segundo percebi que são minhas e relativamente novas e boas e que fazem conjunto com um soutien e que não me apetecia de todo ficar sem elas mesmo com o embaraço de não fazer a menor ideia de como sairam da minha casa e se materializaram ali, primeiro no chão e depois na mão do meu colega. Em 3 tempos peguei nelas, gaguejei que eram minhas, que deviam ter vindo agarradas à minha roupa e caído ali e enfiei-as rapidamente na carteira enquanto me desfazia em desculpas. O meu colega, simpático, diz-me deixa lá, isso acontece a qualquer um.

Acontece? Duvido mesmo. Onde estaria aquela porcaria pendurada durante todas as voltas que dei antes de ter caído?

janeiro 17, 2009

eh pá, desculpem lá e tal...

... mas à conta deste menino, alterei a enquete (esta palavra existe mesmo ou é invenção do blogger?) aqui ao lado e então quem já votou, olhem... votem lá outra vez, ó fáxavor!

janeiro 14, 2009

rei morto rei(s) posto(s)

Uma mulher habitua-se a viver com um gato e depois não sabe viver doutra maneira...

Pois é a falta da cabeça do gato a roçar as bordas das páginas do livro que lê à noite na cama.

Pois é a ausência daquele susto quando está quase a adormecer no sofá e o gato salta silenciosamente para o colo.

Pois são as unhas que já não verificam a solidez da perna antes do enroscanço.

Pois é não ter de abrir os armários e gavetas para procurar o gato que lá se escondeu enquanto a D. Antónia virou costas e vê-lo a sair espreguiçando-se depois de um dia de sonos entre camisolas de lã.

Pois é não ter aquele pelo todo onde enfiar os dedos distraidamente enquanto conversa com os prórpios botões.

Pois é. Foi a saudade de todos esses pequenos prazeres da companhia felina que me levou há dois dias à loja de animais aqui do bairro a ver se havia gatinhos para dar. Não havia, mas uma senhora tinha lá deixado o contacto, se aparecesse alguém e blablabla, telefonema, volte amanhã, vê se gosta e escolhe e blablabla, resumindo e concluindo ontem saí da loja com dois gatinhos irmãos, porque assim brincam e não ficam tristes e leve lá os dois e eu sou mole, não é...

De maneira que agora tenho cá estas duas lindezas ainda sem nome (ontem chamavam-se Blake e Mortimer, mas Mortimer é grande de mais e ainda ficava Morty e, bem... não me apetece):




Mas então ajudem-me lá, please

Laurel & Hardy?
Eros & Cupido?
Buda & Krishna?
Batman & Robin?
Aquiles & Heitor?
Créos & Vulcano?
Camembert & Roquefort?
Tom & Jerry?
Duffy & Duck?
Pussy & Cat?
Achille & Talon?
Magritte & Dali?
Berlioz & Toulouse?
Toulouse & Lautrec?
Charles & Darwin?
Kant & Hegel?
Marcel & Proust?
Mia & Miao?
D. Quixote & Sancho Pança?
Fellini & Visconti?
Baltazar & Belchior?
Morris & Goscinny?
Lucky Luke & Jolly Jumper?
R2D2 & 3CPO?
Fritz & Lang?
Simon & Garfunkel?
Cat & Stevens?
Amadeus & Mozart?
Ra & Aton?
César & Calígula?

Helllllllllllllllllllllllllllllllllllp!!!!!!!!!!!!!!!

janeiro 08, 2009

os faxes e o simplex

Lembram-se das redacções da Guidinha? Aqui há dias uma amiga relembrou-mas e então como tenho aqui um tema que se adapta ao estilo, perdoe-me o Sttau Monteiro lá onde esteja, longe de mim pensar em chegar-lhe aos calcanhares, mas é mesmo assim que me apetece contar isto:

OS FAXES E O SIMPLEX

Pois lá no sítio onde eu trabalho resolveram que havia que pôr em prática algumas medidas do simplex o simplex para quem não saiba é uma coisa que embora acabe em lex não tem nada de lei é mais assim como um molho de ideias para tornar a vida mais simples a toda a gente e para poupar tempo e papel e energia a começar pela energia do cidadão e também energia da outra enfim é suposto o simplex ser bom e ecológico e politicamente correcto e moderno e essas coisas todas então lá no sítio onde eu trabalho acharam por bem acabar com os faxes e como nestas coisas se é para fazer o melhor é fazer já nem se pensou duas vezes foi mais ou menos assim numa 2ª feira olha e se a malta acabasse com os faxes? e na 3ª feira estive a pensar que aquilo de acabar com os faxes é capaz de não ser má ideia bora? bora! e na 4ªfeira desliguem-se os faxes que isto de mandar é mesmo bom e na 5ª feira já estava tudo desligado foi uma limpeza um ver se te avias nunca tinha visto tamanha eficiência desde que ali trabalho e já vai para 23 anos não tarda mesmo com a malta a gritar então e sem faxes como é que fazemos para mandar um fax? então e sem faxes como é que a malta faz para nos mandar um fax? e lá os que mandaram desligar os faxes diziam-nos que nós não éramos nada modernos e que o simplex é mesmo assim é para simplificar e que temos que poupar tempo e papel e que hoje tudo se faz por e-mail não há que enganar e aí nós dissémos ah mas o e-mail é fixe para escrever mas para enviar anexos aquilo pesa e os nossos servidores são fracotes e na volta o correio electrónico entope e aqui na nossa secção só há um scanner para 150 pessoas e temos clientes que pronto estão na idade da pedra mas não têm correio electrónico bom foi tamanha a gritaria nossa e dos clientes que queriam enviar faxes e só ouviam pipipi do outro lado que os que mandaram desligar os faxes lá resolveram então criar uns faxes virtuais que é mais ou menos assim como o e-mail mas funciona com números de telefone por isso dá para enviar correio para faxes e também para receber e prometeram que nos haviam de instalar mais uns scanners para se poderem digitalizar os documentos que têm de se enviar pronto sendo assim está bem o que tem de ser tem muita força albarde-se o burro à vontade do dono e pronto estamos todos muito contentes com o simplex porque agora de cada vez que é preciso mandar um fax é tudo muito mais simples como os tais scanners ainda não vieram vai o Sr. Arlindo à secretaria lá do fundo do corredor e põe-se na bicha dos que estão à espera que o Sr. Feliciano liberte um bocadinho o computador para eles poderem usar o scanner e quando conseguem esse bocadinho já com o Sr. Feliciano a espumar e a dizer palavrões desmancha-se a bicha e andam todos à tapona a ver quem consegue enfiar os papeis no scanner em primeiro lugar e passadas duas horas volta o Sr. Arlindo com um olho negro e os papeis rasgados a dizer que é preciso assinar tudo outra vez porque não lhe correu bem aquilo lá no scanner e então a gente assina e pelo sim pelo não tira umas fotocópias não vão os papeis rasgar-se de novo passadas mais três horas porque entretanto foi o almoço lá volta o Sr. Arlindo a dizer que desta vez conseguiu digitalizar os papeis e que pôs o ficheiro na partilha interna e vai-se a ver o servidor entupiu e tem de se esperar mais um pedacito para ver se a digitalização saíu bem mesmo que esteja um bocadinho torta paciência e lá se consegue enviar o fax pelo tal esquema virtual é um luxo para receber também não há que enganar é só chegar ao pé do Sr. Martins que é quem tem o fax virtual no computador pedir-lhe para ver se chegou algum fax da firma luzesecruzeslda mas como aquilo não tem o nome da firma só tem o número de onde vem e o Sr. Martins ainda não sabe de cor os números de fax de todos os clientes tem de abrir os faxes todos até encontrar o fax da luzesecreuzeslda depois como é preciso dar um registo de entrada é só imprimir o fax e pronto como se vê temos todos a vida facilitada poupamos imenso tempo e energia e papel pois para enviar um fax só são precisas 5 horas e duas fotocópias e para receber bastam 2 horas e uma fotocópia e enquanto não chegam os scanners aproveitámos os faxes para enfeitar com um vaso de begónias em cima e vamos-lhes passando um paninho húmido para não ganharem pó.

será que ouvi bem?

E, de cada vez que me disponho a ver o telejornal sem ser na horizontal, quando não, adormeço (e nem posso dizer que seja da irrelevância das notícias, é do sono mesmo que me dá àquela hora), pois quando me disponho a ver o telejornal, dizia, fico sempre a pensar que vivemos mesmo num país de malucos.

Então agora podem-se fazer obras públicas por ajuste directo até 5.000.000€ (cinco milhões de euros), ou seja até 1.002.410.000$00, ou seja até, contas redondas, um milhão de contos?

Isto uns meses depois de ter entrado em vigor no dia 1 de Julho de 2008 um novo diploma legal que tem entre os seus principais objectivos a obtenção de uma maior transparência na contratação pública e que impõe como limite para o ajuste directo os 150.000€, ou seja 33,(3) vezes menos?

E vem um senhor (desculpem lá, mas assim de repente, só conheço as fronhas do 1º ministro, do das finanças e da da educação), vem um senhor, dizia eu, afirmar de olhos muito abertos e arzinho inocente que, "nahhh, isto não tem nada que ver com estarmos em ano de eleições, isto são directivas comunitárias para desafogar a economia e vencer a crise".

Ah sim? Ah pois...

Vá, digam-me que afinal adormeci mesmo sentadinha e tudo e sonhei isto.

frio

é quando está frio
assim,
quando o abraço é
mais apertado
o beijo mais doce
e o chocolate
mais quente,
que.

janeiro 03, 2009

desejos confessos

madrid, nov 2008

para este ano
(confesso)
queria um amor
em frente e verso

pode ser controverso
conter versos
perversos
ter tempo e contratempo
capa e contracapa
ida e volta
sim e não
mas também
força
e entrega
e paixão

queria que o amor por ti
delícia
fosse um amor por mim
carícia
um amor assim
que (sem malícia)
confesso em verso
num regresso
de mim

janeiro 02, 2009

e a 31 de Dezembro de 2008...

...para que o ano não começasse tão mal para ele como estava a ser o final de 2008, pedi ao veterinário que o enviasse rapidamente para o paraíso dos gatos. Escreveu-me ontem para me dizer que lá no paraíso felino voltou a ter saúde e recuperou os tintins que eu, maldosa e egoistamente, lhe tinha mandado retirar aos 10 meses. Explicou-me que, apesar disso, não me tem rancor. Desde que lá chegou, ainda não parou de comer gatas a sério, pelo que agradece. Fiquei aliviada.





Era lindo, não era? Mesmo, mesmo!