dezembro 31, 2007

O presépio...

...ocupava todo um canto da sala. Por finais de Novembro, o meu pai afastava móveis e estantes do seu poiso habitual, fazia altura com mesas, cadeiras, arcas e caixotes que depois cobria com mantas e papel de cenário forrado com barro e gesso e assim criava o esqueleto daquela paisagem inventada todos os Natais da minha infância.

Construir o presépio demorava pelo menos umas duas semanas, em que a minha mãe e a criada reviravam os olhos e suspiravam sem entenderem muito bem que gozo nos dava produzir tanto lixo e ter aquela trabalheira toda para uma coisa que se ia desmanchar dali a um mês. O canto da sala aos poucos ia ganhando formas de montanhas escarpadas e vales verdejantes por onde serpenteavam riachos graças a dois alguidares estrategicamente escondidos, um na parte de cima de onde saía a água e outro por baixo dos caixotes, que a recolhia. As montanhas eram pintadas imitando rochedos, os vales cobertos de musgo fresco que íamos apanhar no fim-de-semana e musgo seco do ano anterior que tinha sido guardado dentro de caixas de sapatos embrulhado em folhas de jornal. Quando o musgo não chegava e para aumentar a paleta de cores do presépio, tingíamos serradura com anilinas castanhas e verdes que espalhávamos por colinas e vales. Ainda hoje guardo na memória aquele cheiro de musgo e serradura húmida que perdurava pela casa durante todo o mês de Dezembro.

Quando toda a paisagem estava pronta havia que povoá-la. As figuras básicas do presépio eram as mesmas desde sempre, uma Nossa Senhora ajoelhada vestida de azul, um S. José de barbas negras e cajado na mão, o menino todo nu em cima duma minúscula almofadinha de veludo vermelho, a vaca, o burro e os três reis magos com os seus camelos. A esta gente juntava-se uma imensa população dos tradicionais pastores e ovelhas, que todos os anos se via acrescida de mais alguém que por vezes não tinha nada que ver com esta história, bonecos e figurinhas que se compravam ou que se reciclavam de outras brincadeiras.

Foi assim que o presépio se viu povoado pela Branca de Neve e os sete anões, por uma porca e os seus porquinhos, por gatos, cães, mulheres a lavarem roupa numa poça junto ao ribeiro (um espelhinho com as bordas disfarçadas por baixo do musgo), um D. Quixote e um Sancho Pança, um frade barrigudo, pintos e galinhas, soldadinhos de chumbo, carrinhos, um menino de triciclo, Tom, Jerry, o lobo mau e o Capuchinho Vermelho.

Uma igreja de torre e cruz construída em cartão encimava uma colina e casinhas de cartolina da colecção “arquitectura tradicional portuguesa” que eu comprava na papelaria do Sr. José e ia montando ao longo do ano com paciência, uma tesoura e cola uhu espalhavam-se pela paisagem. Na terra do menino Jesus havia assim um monte alentejano, um moinho do oeste, uma cubata de Angola, uma casa de granito de Trás-os-Montes, uma habitação típica de Timor e tantas outras relembrando-nos a vastidão do império.

O meu pai era agnóstico e anti-fascista mas no presépio nada disso contava. O importante era que fosse grande, um pouco kitsch e nos desse duas semanas de imenso prazer a fazê-lo, outras tantas a contemplá-lo e dois dias a desmontá-lo.

Quando cresci o meu pai deixou-se de presépios e passou a fazer uma árvore de Natal. O cheiro da resina substituiu o do musgo fresco, as luzinhas e bolas coloridas no canto da sala procuravam apagar a lembrança de antigos montes e vales com água a correr. Quando saí de casa dos meus pais nunca mais fiz nenhum presépio. Talvez por descrença, talvez por ter em mim a certeza de que mais valia guardar a memória dos dias de Inverno de então e da infinita ternura do meu pai. Não sei.

dezembro 28, 2007

voz do caraças

quando for grande, também quero cantar assim.



Games, changes and fears
When will they go from here?
When will they stop?
I believe that fate has brought us here
And we should be together babe, but we're not
I play it off but I'm dreaming of you
I'll keep my cool but I'm feinding

I try to say good-bye and I choke
I try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, it's clear
My world crumbles when you are not near
Good-bye and I choke
I try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, it's clear,
My world crumbles when you are not near

I may appear to be free but I'm just a prisoner of your love
I may seem all right and smile when you leave
But my smiles are just a front
I play it off but I'm dreaming of you
I'll keep my cool but I'm feinding

I try to say good-bye and I choke
I try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, it's clear
My world crumbles when you are not near
Good-bye and I choke
I try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, it's clear,
My world crumbles when you are not near

Here is my confession
May I be your possession
Boy I need your touch
Your love kisses and such
With all my might I try but this I can't deny

I play it off but I'm dreaming of you
I'll keep my cool but I'm feinding

I try to say good-bye and I choke
I try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, it's clear,
My world crumbles when you are not near
Good-bye and I choke
I try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, it's clear,
My world crumbles when you are not near

dezembro 27, 2007

curiosidades da net

Utilizo a internet há anos completamente a sentimento. Por isso, quando descubro fenómenos como este, não lhes encontro explicação.

Se entro no meu blogue por aqui http://www.falabarata.blogspot.com/, tenho o cabeçalho tal como o introduzi, assim:

Se, por acaso, o link é só assim, sem os três www, http://falabarata.blogspot.com/ o cabeçalho encolhe:

Há coisas fantásticas não há?

os máiores

Há competições em que era perfeitamente dispensável sermos os primeiros

há coisas fantásticas não há?

Do consultório da minha dentista* veio o mais lindo cartão de boas festas que jamais recebi:


Por mais que me esforce não consigo imaginar imagem mais primorosa...

Adoro a subtileza da mensagem implícita: "podes comer bolo rei mas lava os dentes a seguir". Será que pagaram a alguém para inventar isto ou foi uma coisa home-made?

* consultório onde gosto de toda a gente, atenção!

dezembro 26, 2007

o espírito do natal...

... anda perdido em parte incerta.

Quando eu era pequena o natal servia para irmos à terra dos meus pais e passarmos uns dias com os meus avós e os meus tios e primos.

Trocavam-se presentes, que nunca eram grande coisa pois a família não era muito abonada, mas sobretudo trocavam-se afectos. Fazia frio, mas havia calor naqueles natais. As crianças não recebiam a orgia de brinquedos que recebem hoje e talvez por isso, cada boneca, cada carrinho, cada cachecol tricotado pela avó tinha um sabor especial.

Todos os anos tento escapar ao Natal mas acabo sempre por ser apanhada pela coisa. Ontem lá passei a noite entre bacalhau e rabanadas, tentando não adormecer no sofá enquanto se procedia à lenta distribuição de embrulhos, que têm de ser abertos, visionados e devidamente apreciados por todo o clã, para todos ficarem a saber quem deu o quê a quem. Cada um dos presentes tinha um saquinho junto a si para ir guardando o seu espólio. No final, ganha quem tiver o saco mais cheio.

Não recebi os livros que queria e que não comprei ainda na secreta esperança de que me viessem parar às mãos. Deus afinal não é grande.

A minha mãe, que não costuma ser pessoa de grande imaginação no que toca a prendas de natal, este ano foi iluminada pelos céus. Ofereceu-me um album onde pôs todas as fotografias minhas que encontrou lá em casa de quando eu era catraia. Foi o que me aguentou nas dolorosas duas horas que demorou a troca de presentes, em que me fui vendo em várias versões e tamanhos a preto e branco e a cores e relembrando as ocasiões em que tinham sido tiradas aquelas fotografias.

Obrigada mãe.

máscara

nesta festa cada paradoxal teve direito a uma pintura facial que nos permitiu ser facilmente identificados entre os restantes mortais que tiveram a gentileza de responder à nossa proposta de uma noite diferente (e que foram mais de 500, boa!).

todas diferentes, mas todas em tons de azul, preto e prateado.

deveria ter guardado a minha até hoje para melhor passar despercebida na quadra natalícia.


como sou pouco prevista, tirei-a na mesma noite.

dezembro 20, 2007

aviso à navegação

Confesso que acho mesmo que este blogue anda uma merda.

Pouco tempo, pouca inspiração e uma tentativa desesperada de fugir à minha DPN do costume não me têm deixado espaço para escrever aqui o que gostaria.

Lamento. Espero que a crise passe depressa. Lá para depois do coiso, do N...L, isto volta ao que era ou, pelo menos ao que eu queria que fosse. Prometo.

e a melhor festa da christmas season vai ser...

...TUDO MENOS UMA FESTA DE NATAL!

Promovida pelo Coral Paradoxal onde orgulhosamente desafino, patrocinada por estes senhores de Braço de Prata (no site do coro pode ser consultado o programa detalhado), onde o meu filho e a sua banda vão fazer a sua primeira apresentação em público, abrindo o concerto duns rapazes já mais batidos nestas andanças será, sem dúvida, o evento do ano, graças ao maravilhoso elenco, artistas residentes e convidados e aos DJ's que vão animar a noite num fantástico baile (adoro esta palavra - baile) pós-espectáculos.


A não faltar, até porque a malta quer ir ao Europa Cantat 2009 na Holanda e as receitas da festa são para ajudar a financiar tão nobre causa.

Não me falhem, queridíssimos leitores, sabem que vos amo a todos, certo?

E pode ser que haja brindes, prémios e assim (esta se calhar não pega...) . Mas há comes e bebes, isso há.

dezembro 18, 2007

gente daqui

Entra-me gabinete dentro já ao fim do dia a Rosarinho, prima desta menina e também desta, embrulhinho debaixo do braço e eu a adivinhar a coisa mas sem querer dar o ar, e se não fosse?, que vergonha, não é verdade?

Pois a Rosarinho com alguns rodeios em vez de ir directa ao assunto como é seu hábito, então não foste no sábado ao lançamento do livro da Ana, as primas ficaram com pena de não te conhecer e eu pois foi, o frio, o trabalho, a preguiça, não fui, e nada de tirar o embrulhinho debaixo do braço, mais conversa de circunstância, trabalho, Natal e blablabla, quando finalmente lá se decide, agarra no pacotinho e diz toma, é para ti.

Lá dentro o meu primeiro presente de Natal vindo de um amigo. Isto:


Na página de título o autógrafo da autora:

Para a Teresa, coleguinha de "blog" e amiga em breve, espero! beijos Ana.

O prefácio, escrito por outro amigo comum, e meu de longa data traz a sua assinatura "ti Jaquim".

Ah Rosarinho, minha querida, caganda prenda! É sempre diferente ler um livro quando conhecemos o autor, mesmo que o conhecimento seja por enquanto apenas virtual.

E para a Ana, os meus parabéns! Como ainda não li o livro, para já só posso dizer que a fotografia da capa é bonita, o papel de boa qualidade e a lombada ondulada. Espero poder fazer dentro em breve uma apreciação um nadinha mais profunda.

dezembro 17, 2007

água suja

Ontem, na reunião de organização da festa do coro (a anunciar brevemente neste blog), enquanto cada um dizia o que podia levar, R, ligado ao comércio da restauração, disse:

- eu levo 500 garrafas de água.

Mais tarde, ao perceber que o leque de bebidas não era muito variado, perguntei eu:

- Ó R, e se trouxesses antes 250 garrafas de água e 250 de coca-cola?

Resposta:

- Recuso-me a comercializar a água suja do imperialismo.

A coca-cola dava jeito na festa. Mas gostei da resposta.

Ainda perguntei:

- Então e se for pepsi ou canada dry (ainda existe?)?

Nariz torcido. Fiquei a pensar se a recusa seria mesmo por causa do imperialismo...

3.300 metros quadrados...

...de livraria fizeram-me pensar que ia lá encontrar este mundo e o outro.

A nova Byblos nas Amoreiras é bem agradável. Espaçosa, poltronas por todo o lado, cafetaria/bar, auditório, wc, terminais informatizados para busca e montes de livros, mas...

Pesquisei a existência de algumas raridades, nada...

Gostei:

Do ambiente luminoso, da música de fundo, da forma como os livros estão arrumados, da existência de uma boa colecção de livros de bolso a preços mais acessíveis.

Faltou-me:

Um bom stock de banda desenhada; uma boa colecção de livros sobre música; uma secção de revistas mais variada; mais cd's e vídeos; mais livros de autores lusófonos não portugueses - África resume-se a Mia Couto, Pepetela e pouco mais, Brasil a Jorge Amado, Erico Veríssimo, Machado de Assis, imenso Paulo Coelho :-P e quase mais nada...

Encontrei:

para mim, The Kill Bill Diary de David Carradine



para o rebento, o 2 em 1 de Sacha Baron Cohen, mais conhecido por Borat:



Espero:

Que tenham aberto a livraria à pressa para o Natal e ainda tenham o armazém cheio de livros para arrumar.

dezembro 16, 2007

entomofobia

Pois caríssimo(a) leitor(a), nada mais simples.

A primeira coisa a fazer será, sem dúvida, visitar o Falabarata.

Seguidamente há que fazer este teste simples:

1 - Imagine que abre a sua cama para se deitar e o lençol fervilha em preto e castanho de baratas e centopeias. Você:

a) diz para os bichos: cheguem-se para lá e dêem-me um espacinho que tenho sono;
b) mata tudo à vassourada, muda o lençol e dorme tranquilamente;
c) desata aos gritos, arregaça as calças, sobe para a cadeira mais próxima e só volta a pôr o pé no chão quando alguém vem tratar do assunto. No dia seguinte contrata uma empresa de desinfestação e vai dormir para o hotel até a crise passar.

Se a sua resposta for a), b) ou c) você não sofre de entomofobia.

2 - Imagine que abre o açucareiro e uma formiga se passeia tranquilamente sobre o açúcar. Você:

a) desmaia.

Se a sua resposta for a) você sofre, sem qualquer dúvida, de entomofobia.

dezembro 11, 2007

aprendi a nadar...

...numa piscina em Braga o que deve ser invulgar para uma miúda alfacinha de 10 anos.

Nessa altura, havia todos os anos no Verão uma feira ligada à agricultura, a AGRO-XX em que XX representava os últimos dois dígitos do ano. O meu pai ia para essa feira em representação da Direcção Geral das Florestas e por dois ou três anos fui com ele. Como eu devia importuná-lo sempre por ali a cirandar, pôs-me numas aulas de natação na piscina (municipal?) e assim aprendi a não ir ao fundo.

Íamos uns dias antes para preparar o stand e ficávamos lá durante a feira. O stand do meu pai cheirava muito bem, a resina, a eucalipto, a madeira cortada. Havia secções de troncos de madeira para contar os aneis de crescimento e assim saber a idade da árvore e as vicissitudes pelas quais tinha passado, havia pinhas, havia cenas montadas com resineiros, havia bloquinhos de todos os tipos de madeiras, havia colmeias, havia cubos de pez de várias cores, havia coisas feitas de cortiça e havia o Sr. Silvano.

O Sr. Silvano era um regente agrícola que trabalhava também na DGF mas sediado no Porto e que dava apoio ao meu pai em tudo aquilo. Um dos maiores apoios que o Sr. Silvano deu foi tomar conta de mim. Devia-me achar graça o Sr. Silvano. Era um homem grande, moreno, de cabelo ondulado e bigode farfalhudo, com pinta de cigano. Passeava comigo pela feira, insistia para eu comer tudo (eu era um pisco que não gostava de nada) e fazíamos intermináveis torneios de batalha naval que depois se prolongavam em postalinhos trocados durante o resto do ano: "Querido Sr. Silvano: a sua última jogada foi água! aqui vai a minha 2h2i2j".

O Sr. Silvano ganhou o hábito de comentar cada frase minha com um "bonitas palavras prantou a menina Teresinha!" pois da primeira vez que aquilo lhe saiu toda a gente achou graça. Ao ponto de o meu pai já não aguentar e lhe cortar sempre a frase com um "oh homem, cale-se com isso, pá... já não o posso ouvir!"

Bom homem o Sr. Silvano, paciência para me aturar a mim, ao meu pai e à parva da mulher que foi com ele uma vez e me olhou com um ar enciumado que não escapou à ingenuidade dos meus 11 anos... Muito ele devia comentar lá em casa as bonitas palavras da menina Teresinha para a cara metade chegar a tal insensatez. Eu era miúda pequena mas aquilo tocou-me ao ponto de nunca mais ter querido ir com o meu pai para as AGROS.

Soube aqui há tempos que tinha morrido o Sr. Silvano. Hoje, não sei porquê, lembrei-me dele.

dezembro 10, 2007

legs challenge - prémios

Ora bem, já que me meti nisto, agora tenho de acabar não é verdade?

Em primeiro lugar, a resposta: a pernoca da tcl é, efectivamente, a 3ª no sentido em que a bichinha pirilau se desloca, ou seja, a contar da esquerda.

Há 4 prémios a distribuir e os nomeados são: Mad, Zé SC, Anónimo, Barata(s) e Centopeia.

O 1º prémio ou prémio ele há horas de sorte vai para a Mad que, sem nunca me ter posto a vista em cima, acertou em cheio. Intuição feminina, com certeza... Deve ter pensado: uma gaja que escreve assim, só pode ter aquela perna.

Clap, clap, clap, clap!

O 2º prémio ou prémio morde aqui a ver se eu deixo vai ex-aequo para Barata(s) e Centopeia, porque me parece que são uma e a mesma pessoa que atirou aquela do "eu sei de quem são as pernas todas", mas não sabe nada. Parabéns pela tentativa e pela sorte no arremesso.

Clap, clap, clap, clap!

O 3º prémio ou prémio caganda lata vai para o Anónimo, porque tenho quase a certeza que me conhece bem demais.

Clap, clap, clap, clap!

Finalmente uma menção honrosa, o prémio tu estás é a precisar de mudar de óculos, vai para o Zé SC que não se dignou a olhar para a minha perna com a devida atenção das vezes que fui piscinar lá a casa.

Clap, clap, clap, clap!

E pronto. FIM deste primeiro concurso parvo.

chegadinhas de paris...


... aguardam ali em cima da mesa que eu acabe o que estou a ler para começá-las.



Com elas veio un fromage de chèvre, un tiers de quatre-quarts (mais conhecido por "bolo das tias") e une belle veste en laine noire et grise (eu tinha pedido uma blusita, mas pronto).

Não fossem estas visitinhas do meu vizinho à terra e lá teria de comprar as bd's na Amazon...

Quem, como eu, gosta de banda desenhada diferente da habitual, moderna, alternativa, está lixado neste país. Nem na FNAC, nem em lado nenhum. Vamos ver se nesses 3.300 m2 de livraria que estão quase quase a abrir nas Amoreiras a coisa muda.

dezembro 09, 2007

assim a modos que uma cartinha ao JRS

Isto já começa a parecer uma perseguição, mas juro que não é. As coisas passam-me à frente e, que querem, não posso deixar de as ver...

A propósito do êxito das suas produções literárias, José Rodrigues do Santos disse numa entrevista: "Não gosto de ler romances que não tenham uma história". Não sei se a frase era exactamente assim, mas era isto.

Oh Zé, francamente... O que é um romance? hum?

Não? Nem mais ou menos, assim um bocadinho?

Ok, eu dou uma ajudinha; vejamos então uma definição simples daquelas que vêm no wikcionário: "Romance - Narrativa em prosa onde são relatados factos imaginários embora possam ter sido inspirados em histórias reais".

Já está quase? Ainda não? Nem espremendo os 3 neurónios sobresselentes?

Façamos um zoom. Wikipédia: "O Romance é o género mais conhecido da literatura. Herdeiro da epopeia, é tipicamente um género do modo narrativo, assim como a novela e o conto." ou ainda: "Romance – é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos de caráter verossímil."

Nem assim? É preciso fazer um desenho? Olha Zezito para a próxima dizes assim: "não gosto de ler ensaios, nem poesia, nem o rótulo do desodorizante" ou "não gosto de ler livros que não contem uma história". Dizes aquilo que queres sem mostrar a tua ignorância, topas?


e lá foi ele

Este rapaz aqui há tempos teve a ideia de fazer um blogue para oferecer. Quem o recebe, põe um post e passa-o a outro blogger. O resultado é uma simpática salganhada.


Como me veio parar às mãos, lá cumpri o meu papel.

Boa viagem, blogue... e votos de óptima continuação por essa blogosfera fora!

dezembro 07, 2007

camping 2

Afinal Kadhafi acabou por ficar acampado no forte de S. Julião da Barra. Para quem está habituado às areias do deserto, digamos que será pelo menos uma experiência diferente.

Não sei é como é que conseguiram enfiar naquele sítio as 200 ou 300 pessoas que fazem parte da comitiva.

Às tantas têm tendas duplex.

segurança

Li hoje no jornal que, para garantir a segurança de presidentes, ministros e acompanhantes na cimeira Europa / União Africana, as polícias de todo o País disponibilizaram centenas de efectivos para virem para Lisboa.

Boa oportunidade para os meliantes da província trabalharem mais à vontade.

dezembro 06, 2007

la linea e mozart

Vi hoje por aí que fazia 216 anos que Mozart morreu.

Ainda bem que dei por isso, senão não deixaria aqui esta referência ao Wolfgang, sei lá estas coisas de datas... Sempre que penso neste homem, lamento que tenha morrido tão novo. Imaginam o que teríamos hoje para nos deliciar os ouvidos se ele tivesse vivido mais uns 40 anos? Vá lá, nem que fossem 20. Ou mesmo 10 ou 5, ao ritmo a que ele produzia... Que pena!

Mesmo assim deixou-nos IMENSO.

Em especial para quem é menos dado a música erudita deixo aqui uma peça com La Linea, que também adoro. Assim, se quiserem ver a animação até ao fim, têm de levar com o piano de Amadeus.

dezembro 04, 2007

loucos de lisboa

Venho para aqui todas as noites

Ele está lá todas as noites que por ali passo

com o meu sobretudo preto e o saco de plástico branco na mão-esquerda. Se calha ser Verão, não trago o sobretudo por causa do calor mas nunca me esqueço do saco.

sempre com um saco de plástico branco na mão, vestido de preto e de cabeleira branca,

Ponho-me junto a este semáforo no Saldanha ou um pouco mais abaixo na Av. Fontes Pereira de Melo,

umas vezes no Saldanha, outras um pouco mais abaixo

sempre ao pé de uma passadeira que não atravesso. Limito-me a ficar parado aqui onde quase todos dão por mim, a ver os carros que passam e a acenar às pessoas que vão lá dentro.

e diz adeus a quem passa, num doce balanço que acompanha o carro enquanto abre um sorriso desdentado por detrás dos óculos de lentes grossas.

Algumas, muitas, já me conhecem e respondem-me: abrem as janelas, deitam os braços de fora, por vezes as cabeças, e dizem-me adeus enquanto se riem. Outras, limitam o cumprimento a um discreto pi-pii!.

Se vou a guiar dou-lhe uma leve buzinadela, se vou ao lado abro a janela, rio-me para ele e aceno-lhe.

Eu, inclino-me para a frente, faço um sorriso que me faz subir os óculos de aros de massa preta que uso desde sempre, abano a mão direita num gesto de adeus e deixo o meu tronco acompanhar os carros que passam da esquerda para a direita.

Não sei porque faz isto, mas sinto que gosta que lhe respondam. Já o vi ao fim da tarde no Restelo

Não sei porque faço isto, mas gosto. Saio todos os dias da minha casa em Belém, subo ao Restelo, apanho o autocarro e venho para aqui dizer adeus e sorrir. Regresso a casa no último autocarro.

caminhando com o seu saco de plástico na mão. Nessas alturas não sorri, nem diz adeus a quem passa.

legs challenge


Falabarata inicia hoje uma nova rubrica denominada "concursos parvos".

Veremos se a inspiração não me falha para lhe dar continuidade. Também se falhar, não é grave.

Pois a ideia para o primeiro concurso surgiu agora mesmo a partir de uma fotografia das férias (bem elucidativa das actividades balneares) que uma amiga acabou de me enviar e que eu, sabiamente, cortei.



Consiste tão simplesmente em adivinhar quais são as pernocas da tcl.

Simples, e com grandes hipóteses de acertar dado que temos apenas 7 pernas (as que estão em segundo plano não contam).

Se houver concorrentes, logo penso no prémio.

mania das grandezas

E se, quando no Sábado o meu cabeleireiro me perguntou:

- Então quanto é que vamos cortar?

eu tivesse repondido "dois dedos" em vez de me abalançar para "uma mão travessa", os meus espelhos e eu estaríamos todos mais contentes.

Raio de ideia mais tonta, caraças...

dezembro 03, 2007

what ?!?!


Bolas... Anda uma pessoa aqui a esforçar-se (às vezes) para escrever coisas minimamente interessantes e depois encontram-na com buscas destas...

Não tarda, desisto.